A oferta de ações da Azul Linhas aéreas protocolada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode movimentar R$ 7,44 bi e marca uma etapa central da reestruturação financeira da companhia. A operação integra o pedido de reorganização apresentado pela Azul nos Estados Unidos e está ligada ao Chapter 11. O mecanismo permite às empresas manter as operações enquanto ajustam dívidas em cenários de pressão financeira.
A trajetória que levou a Azul à recuperação judicial começou nos últimos anos, em meio a pressões intensas sobre seu caixa. Os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a demanda, aliados a custos, flutuações cambiais e ao crescimento da dívida (que superou R$ 31 bi), pressionaram as finanças. Portanto, o cenário causou negociações prolongadas com credores antes da operação de oferta de ações e do pedido formal da Azul ao Chapter 11, em 28 de maio de 2025.
Leia também: Resultados da Azul no terceiro trimestre avançam com Ebitda de R$ 716,4 mi
Oferta de ações da Azul e a conversão de dívida
Nesse regime, o Chapter 11 permite a conversão de títulos de dívida em capital, reduzindo passivos e ajustando a estrutura de capital sem interromper as operações. No caso da Azul, a estratégia busca reequilibrar o balanço e fortalecer a posição competitiva.
A estrutura da oferta de ações da Azul prevê a emissão de 723.861.340.715 ações ordinárias e igual volume de ações preferenciais, com negociação na B3. A companhia fixou os preços em R$ 0,00013527 por ação ordinária e R$ 0,01014509 por ação preferencial, o que totaliza R$ 7,44 bilhões. A subscrição ocorrerá em cestas: 1 milhão de ações ON por R$ 135,27 ou 10 mil ações PN por R$ 101,45.
As novas ações começam a ser negociadas na B3 em 8 de janeiro, com liquidação prevista para 9 de janeiro. O crédito das ações e bônus ocorrerá em 12 de janeiro. Essa, portanto, é uma etapa que consolida mais um avanço da oferta de ações da Azul dentro do processo de reestruturação.











