O preço do açúcar em 2025 encerrou novembro perto de R$ 105 por saca de 50 quilos, o menor patamar nominal desde abril de 2021, segundo dados do Cepea, em 30/11. O resultado contrariou projeções iniciais que apontavam preços elevados diante da restrição de oferta global.
No início do ano, o cenário era distinto. Em janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ operava em R$ 154,98 por saca, refletindo expectativas apertadas de disponibilidade. Contudo, com o avanço da safra 2025/26 a partir de abril, a curva de preços passou a apontar para baixo.
A média do indicador no começo da moagem já havia recuado para R$ 141,36 por saca. A partir desse ponto, as quedas se aprofundaram ao longo do segundo semestre. O comportamento anual dos preços expôs um descompasso entre fundamentos físicos e formação de preços.
Preço do açúcar em 2025 e a dinâmica da safra
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que a queda não decorreu de excesso de açúcar disponível. Ao longo da safra, a oferta permaneceu ajustada, sobretudo nos lotes de melhor qualidade.
O açúcar do tipo Icumsa 150, por exemplo, foi direcionado majoritariamente ao mercado externo. Essa escolha reduziu a disponibilidade interna desses volumes, mesmo em um ambiente de valores em retração. O comportamento do mercado físico não acompanhou, portanto, a intensidade do ajuste de preços.
Exportações de açúcar e efeito sobre as receitas
No comércio exterior, o Brasil manteve desempenho sólido em volume. Entre janeiro e novembro de 2025, as exportações somaram 30,86 milhões de toneladas, praticamente em linha com o ciclo anterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A participação brasileira seguiu próxima de 50% do comércio global.
A receita, porém, não acompanhou esse ritmo. Em novembro, o valor médio do açúcar exportado ficou em US$ 377,20 por tonelada, uma queda de 21% frente ao mesmo mês de 2024. A retração internacional reduziu a atratividade das vendas externas.
Esse cenário abriu espaço para um prêmio no mercado doméstico. Em setembro, o mercado spot paulista remunerava 9,17% acima das exportações, já considerados câmbio e custos de fobização. Diante disso, as usinas ajustaram suas estratégias comerciais.
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Leitura do mercado de açúcar em 2025
O preço do açúcar em 2025 consolidou um paradoxo para o setor sucroenergético. A combinação de oferta limitada, exportações robustas e preços em queda pressionou margens. A tendência reforça a importância da estratégia comercial em ciclos de maior volatilidade internacional, especialmente quando o mercado interno passa a oferecer melhor remuneração relativa, conforme a leitura do Cepea.











