O plano de recuperação dos Correios entra na agenda imediata da estatal após a contratação de um empréstimo de R$ 12 bilhões, cuja primeira liberação, de R$ 10 bilhões, está prevista para a próxima semana. A estratégia responde à queda no desempenho operacional e mira a retomada da qualidade do serviço de entregas.
Em 2025, o índice de encomendas entregues dentro do prazo caiu para menos de 70%, distante da meta interna de 96%. Dívidas com fornecedores e a greve de parte dos funcionários pressionaram a operação e afetaram a confiança de clientes corporativos.
A execução do plano está condicionada ao reforço de caixa obtido junto a um grupo de cinco bancos. Segundo documentos internos, os recursos viabilizam a reorganização logística e a retomada de investimentos operacionais suspensos ao longo do ano.
Plano de recuperação dos Correios e a eficiência logística
O primeiro eixo do plano de recuperação dos Correios concentra esforços na revisão dos atributos dos serviços ofertados. A estatal pretende redefinir prazos competitivos, ampliar previsibilidade e buscar estabilidade operacional, com foco em eficiência logística.
Para isso, a empresa direciona recursos a regiões, trechos e modais com maior retorno comercial. A estratégia inclui revisar a malha de transporte, reduzir redundâncias e otimizar rotas subutilizadas, além de adotar um uso mais racional dos modais disponíveis.
A proposta prioriza onde há impacto direto em receita e participação de mercado, evitando dispersão de investimentos. O objetivo declarado é recompor a percepção de qualidade junto ao mercado.
Plano de recuperação dos Correios e clientes estratégicos
O segundo eixo estabelece um modelo dedicado de relacionamento com clientes estratégicos. A companhia planeja oferecer operações customizadas, maior confiabilidade e soluções alinhadas às necessidades das contas que mais influenciam a geração de receitas.
A estatal entende que o vínculo com esses clientes sustenta volumes e contratos relevantes. Por isso, a estratégia prevê equipes dedicadas e fluxos diferenciados para elevar a entrega de valor.
Para operacionalizar as ações, os Correios criaram um grupo de trabalho com profissionais de diversas diretorias. O time atua até 30 de janeiro e deve apresentar um relatório final com propostas e produtos entregáveis.
Entre as tarefas estão o mapeamento de prazos praticados por concorrentes, a identificação de trechos prioritários, a definição de nova malha logística e a criação de um fluxo de priorização de objetos postais. O grupo também definirá a carteira de clientes prioritários e um orçamento para o novo modelo.
Reorganização operacional dos Correios
Ao articular eficiência logística e relacionamento comercial, o plano de recuperação dos Correios busca recompor desempenho operacional e confiança do mercado. O avanço do cronograma dependerá da liberação dos recursos e da capacidade de execução interna, em um cenário de pressão por resultados e disciplina financeira.











