A General Motors vai suspender por dois meses um turno de trabalho na fábrica do Vale do Paraíba, em São Paulo, e colocar 600 trabalhadores em lay-off, ou seja, suspensão temporária de contratos, por causa da falta de componentes para a produção, especialmente eletrônicos. É a segunda planta do grupo a adotar a medida. A unidade produz a picape S10 e o SUV Traiblazer, além de componentes.
Em Gravataí (RS), os trabalhadores entraram em férias coletivas ontem e, na sequência, uma parte deles ficará em lay-off. A Honda também suspendeu ontem a produção em Sumaré (SP) e ficará parada por dez dias.
A GM contratou 300 trabalhadores temporários (por seis meses) no início do ano e estava ampliando a produção, principalmente da S10 – que tem fila de espera nas lojas de até 90 dias -, mas a falta de componentes, em especial semicondutores, atrapalha o ritmo de produção.
O complexo de São José dos Campos emprega cerca de 3,5 mil trabalhadores e já tem um grupo de 368 funcionários em lay-off há quase um ano, com retorno previsto para 8 de abril.
Na unidade gaúcha, cerca de 4 mil funcionários dos dois turnos de trabalho da GM e das autopeças que atuam dentro do complexo entraram em férias coletivas por 20 dias a partir de ontem.
O problema de falta de chips é global em razão da suspensão de pedidos das montadoras no meio da pandemia em 2020. As fabricantes asiáticas direcionarem vendas para empresas de eletroeletrônicos, enquanto as montadoras retomaram produção em níveis acima do esperado começou a ocorrer o desabastecimento. Várias fábricas já pararam na Europa, EUA, América Latina e na própria Ásia.
A expectativa da Renault é de normalidade no mercado a partir do segundo semestre. A fábrica do grupo no Paraná segue operando, mas o presidente da empresa, Ricardo Gondo, afirma: “Claramente, uma hora teremos problemas.”
Vendas caem
Com atrasos na produção, as vendas de carros novos caíram quase 17% em fevereiro ante igual mês de 2020. Foram emplacados 167,4 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus, total 2,1% inferior ao de janeiro, segundo dados preliminares. No bimestre foram vendidas 338,5 mil unidades, queda de 14% em relação a 2020, quando ainda não havia pandemia.
Fonte: O Estado de S. Paulo.
