O IBGE divulgou uma nova previsão de safra para 2023, indicando uma produção de 298 milhões de toneladas. Isso representa uma redução de 1,3% (ou 3,9 milhões de toneladas) em relação à estimativa de janeiro. A seca causada pelo fenômeno La Niña afetou especialmente o Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de grãos do país, contribuindo para essa queda.
Mesmo com essa redução, a safra de 2023 ainda deve ser 13,3% maior do que a do ano passado, com um aumento de 34,9 milhões de toneladas. Cultivos como soja (-1,7%), arroz (-2,5%) e milho (primeira safra: -2,5%; segunda safra: -0,4%) tiveram as estimativas revisadas para baixo.
O que é o La Niña e por que ele afeta a safra?
O La Niña é um fenômeno climático que esfria as águas do Oceano Pacífico Tropical. Ele é o oposto do El Niño e altera o clima em várias partes do mundo. No Brasil, o La Niña geralmente causa secas no sul e chuvas intensas no norte, impactando diretamente a produção agrícola.
Esse fenômeno ocorre quando os ventos no Pacífico (chamados de ventos alísios) ficam mais fortes, empurrando as águas quentes para o oeste e fazendo com que águas frias subam na parte leste do oceano. Essa mudança no oceano interfere nas chuvas e temperaturas, prejudicando lavouras em diversas regiões.
Crescimento em algumas áreas e desafios para o setor
Apesar dos desafios climáticos, a previsão de safra para 2023 ainda aponta crescimento em comparação com 2022. Houve aumento nas áreas plantadas com soja (+4,8%), milho (+4,1%) e algodão (+1,2%). Porém, as áreas destinadas ao arroz e trigo diminuíram, com quedas de 5,8% e 2,8%, respectivamente.
Com o La Niña mostrando os impactos das mudanças climáticas, os produtores precisam adotar soluções para minimizar perdas. Investimentos em irrigação e sementes resistentes podem ajudar a enfrentar esses desafios.