A crise financeira das empresas do setor varejista, como Americanas, Marisa e Tok&Stok, em um cenário de juros altos e baixo crescimento econômico, tem afetado o mercado de fundos imobiliários.
As empresas estão com dificuldades para cumprir suas obrigações frente ao acúmulo de dívidas e, assim, deixaram de quitar parcelas dos aluguéis de galpões e lojas que compõem a carteira de alguns dos principais fundos imobiliários do mercado.
O Vinci Logística Fundo de Investimento Imobiliário (VILG11), com patrimônio de aproximadamente R$ 1,7 bilhão distribuído entre 157 mil cotistas, ajuizou uma ação de despejo contra a Tok&Stok pela falta de pagamento do aluguel do imóvel “Extrema Business Park I”, localizado em Extrema, Minas Gerais, representando cerca de 14% da receita do fundo.
A inadimplência causou um impacto relevante na distribuição de dividendos, que caiu de R$ 0,67 para R$ 0,53 por cota, uma queda de quase 21%.
A gestora responsável pelo fundo, Vinci Real Estate, informou que a Tok&Stok quitou o aluguel de fevereiro, porém, seguiu com o pagamento referente a janeiro em aberto e, por isso, a ação de despejo ainda segue em andamento.
Apesar da situação, o VILG11 está presente na carteira recomendada de fundos imobiliários do Itaú BBA. O banco passou a buscar uma diversificação maior da carteira e incluiu entre as recomendações aos investidores o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), que soma R$ 3,9 bilhões de patrimônio e cerca de 242 mil cotistas. Em 17 de fevereiro, contudo, o fundo da Kinea informou não ter recebido o valor do aluguel devido pela Marisa do mês de janeiro, referente ao centro de distribuição em Itaquaquecetuba, São Paulo.
O fundo de investimento imobiliário Brasil Varejo (BVAR11), com cerca de 70 cotistas e R$ 740 milhões de patrimônio, também informou não ter recebido o aluguel de janeiro da Marisa, sendo a responsável por cerca de 80% da receita imobiliária do fundo, com a inadimplência acarretando em um impacto negativo no resultado do fundo de R$ 5,95 por cota.
Administradora do BVAR11, a Rio Bravo disse em comunicado que “não recebeu nenhuma comunicação prévia da locatária sobre o não pagamento” e que está adotando as medidas cabíveis para a cobrança e a preservação dos direitos do fundo e de seus cotistas.
O Max Retail (MARX11), administrado pelo BTG Pactual, é o fundo com maior exposição à Americanas, representando cerca de 34% da receita. O fundo informou que a Americanas não efetuou o pagamento integral do aluguel de janeiro, causando um impacto de aproximadamente