De acordo com um levantamento divulgado pelo FGV Ibre, dar presentes e reunir familiares e amigos para celebrar a Páscoa exigirá muita pesquisa dos brasileiros para não comprometer o orçamento em abril.
Os produtos mais tradicionais da Páscoa registraram uma alta média de 12% em comparação ao ano passado, o que é mais que o dobro da inflação acumulada de 4,81% entre abril de 2022 e março de 2023 de acordo com o IPC-S.
O aumento foi registrado em diversos itens, incluindo ovos de Páscoa (27,31%), cebola (22,67%), atum (12,97%), sardinha em conserva (11,46%) e bacalhau (10,91%). O chocolate em barra e os bombons subiram 9,65%, mais do que o dobro da inflação no período. O IBGE registrou que os preços do chocolate em barra e do bombom subiram 13,61% no Brasil, segundo o IPCA entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, sendo a maior variação desde fevereiro de 2017.
O economista e pesquisador do FGV IBRE, Matheus Peçanha, explica que desde 2020 até o terceiro trimestre do ano passado, houve uma pressão sufocante de custos que afetou a oferta de vários alimentos no país, e embora os custos tenham registrado queda desde o último trimestre de 2022, a desaceleração não foi suficiente para compensar a alta que houve até o terceiro trimestre do ano passado.
Peçanha alerta que os consumidores devem ficar atentos e pesquisar bastante, pois os preços dos itens tradicionais da Páscoa podem subir ainda mais, dada a pressão sazonal da demanda às vésperas da data. Itens não contemplados no escopo do IPC, como os ovos de Páscoa e colombas pascais, também podem sofrer com essa pressão de demanda pela tradição.