Em abril, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou seu Relatório de Síntese de Mudanças Climáticas 2023. O estudo faz uma análise de ações, soluções e medidas urgentes em relação ao aquecimento global. Uma das principais apostas hoje para a descarbonização das economias ao redor do mundo é o uso de energias consideradas “verdes”, menos poluentes, vindas de fontes renováveis.
Uma catástrofe climática pode ser evitada com investimentos rápidos e robustos em empresas e projetos que reduzam as emissões de gases. Entre elas, o chamado hidrogênio verde (H2V), que tem potencial de substituir energia de combustíveis fósseis em transporte e produção de indústrias.
Segundo cálculo da consultoria BCG, a expectativa é que sejam necessários entre US$ 6 trilhões a US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050 para atender a demanda de governos e companhias que se comprometem com a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A demanda estimada por hidrogênio como fonte de energia é de aproximadamente 350 milhões a 530 milhões de toneladas por ano até 2050, de acordo com o estudo.
Os grandes desafios hoje para a disseminação da tecnologia são a redução de custos e a eficiência energética. De acordo com o BGC, os investidores têm ativos de US$ 1,1 trilhão nas áreas de energia, meio ambiente, transporte e logística, infraestrutura digital e social.
“Diante das metas mundiais de descarbonização, vemos um novo impulso à essa indústria, com países estabelecendo estratégias nacionais para investimento nesse segmento. Entendemos que estes incentivos acelerarão a curva de experiência e ganhos de escala, viabilizando oferta em uma área de altas expectativas para a redução de emissões futuras”, aponta Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG.
No entanto, o executivo lembra que é preciso que haja um incentivo claro do governo brasileiro para que empresas e investidores direcionem mais recursos para a temática no país. “Sou contra subsídios, mas incentivos inteligentes têm benefícios climáticos e podem acelerar uma cadeia nova de energia. A cadeia de suprimentos precisa ser incentivada”, finaliza.