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Risco de calote da dívida dos EUA ultrapassa o do Brasil

(Foto: Markus Winkler/Pexels)

Em meio às tensões em torno do teto da dívida e ao crescente risco de um calote da dívida soberana dos Estados Unidos, o Credit Default Swap (CDS) de um ano do país está avançando e ultrapassando o de várias economias emergentes, incluindo Brasil, México e Peru.

Nesta quarta-feira, o CDS dos EUA com vencimento em 12 meses, que funciona como uma espécie de seguro contra inadimplência, está operando em cerca de 163,42 pontos-base, de acordo com dados da FactSet.

Para efeito de comparação, o CDS brasileiro no mesmo prazo está cotado em 56,38 pontos-base, o mexicano em 35,19 pontos-base e o peruano em 29,54 pontos-base.

Até mesmo a Grécia, que enfrentou sucessivas crises fiscais na última década, apresenta um CDS de um ano menor que o dos Estados Unidos, em 44,42 pontos-base.

Essa divergência é incomum, uma vez que os Estados Unidos possuem o mais elevado grau de crédito soberano atribuído pelas principais agências de classificação de risco, enquanto o Brasil se encontra em uma categoria de grau especulativo, vários degraus abaixo.

No entanto, em prazos de vencimento mais longos, os CDSs da maior economia do mundo ainda estão abaixo dos brasileiros. No vencimento de cinco anos, o CDS americano está em 72,60 pontos-base, enquanto o brasileiro está em 226,07 pontos-base.

Esse movimento acompanha as incertezas em relação ao teto da dívida em Washington. O Departamento do Tesouro dos EUA alertou que, se o limite não for aumentado ou suspenso antes de junho, o país pode ficar sem recursos para cumprir seus compromissos financeiros. No mês passado, a Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, aprovou um projeto que aumenta o teto, mas exige cortes significativos nos gastos, condição considerada inaceitável pelo presidente americano, Joe Biden. Na terça-feira, Biden se reuniu com líderes do Congresso, mas as negociações tiveram pouco progresso.

O Danske Bank ainda espera que uma solução seja alcançada no último minuto, antes de um calote que teria consequências imprevisíveis. No entanto, o banco prevê que as incertezas manterão esse tema no radar do mercado nas próximas semanas, reacendendo o nervosismo semelhante ao registrado em 2011 durante um impasse semelhante.

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