O avanço rápido das tecnologias de inteligência artificial, como o ChatGPT, indica um futuro próximo com um impacto significativo nas universidades. Segundo Celso Niskier, presidente da Abmes, associação que representa instituições de ensino superior privadas, nos próximos três anos, as universidades enfrentarão uma ampla gama de desafios e mudanças decorrentes dessas tecnologias.
Niskier destaca que o setor universitário precisará lidar com questões éticas, avaliação de alunos e processos seletivos, abrangendo todas as áreas, não apenas o estudo específico da inteligência artificial. Durante a abertura do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, ele mencionou esses aspectos como demandas que exigirão respostas diante dessa nova realidade.
Nos Estados Unidos, por exemplo, as universidades já estão sendo incentivadas a se proteger contra o uso de inteligência artificial na correção de redações. No Brasil, o debate sobre como lidar com questões éticas na educação e como aproveitar ao máximo a tecnologia em sala de aula também está em destaque.
Niskier avalia que todos os currículos precisarão ser repensados: “O que significa ser um profissional em uma área com uma ferramenta tão poderosa como essa? Ainda não sabemos.” Ele compara essa situação à “corrida do ouro” das universidades nos próximos anos, fazendo referência a uma expressão utilizada nos Estados Unidos para discutir as implicações da inteligência artificial no ambiente universitário.
Durante a abertura do evento, Niskier abordou temas como inovação e inclusão no setor, revelando que o texto de seu discurso foi produzido com a ajuda do ChatGPT. Ele explicou: “Dei um comando para preparar um discurso de determinado tamanho, sob a perspectiva de um educador e presidente da Abmes, defendendo uma educação mais forte, com as palavras-chave qualidade, inovação, diversidade e inclusão. Em seguida, fiz um filtro de bom senso, mas 80% do discurso foi gerado pelo modelo”.