A recente queda nos preços globais do minério de ferro, impulsionada por previsões de um enfraquecimento prolongado no setor imobiliário chinês, está pressionando o mercado brasileiro. Este cenário afeta diretamente grandes empresas como a Vale e diversas siderúrgicas brasileiras, cujos lucros dependem amplamente da demanda chinesa por minério de ferro e aço.
O setor imobiliário na China responde por mais de 30% do consumo de aço do país. Com uma desaceleração prolongada, cria-se um efeito dominó nos mercados globais de commodities. Na segunda-feira (12/06), as ações da Vale registraram uma queda de 1,67%, fechando cotadas a R$ 67,24. As ações da Gerdau e da CSN caíram 1,19% e 3,30%, respectivamente. Já a Usiminas teve leve baixa de 0,55%, com seus papéis negociados a R$ 7,29.
Minério de ferro em queda e projeções do Goldman Sachs
A pressão sobre os preços do minério de ferro aumentou após projeções do Goldman Sachs, que prevê uma fraqueza contínua no setor imobiliário chinês, especialmente em cidades menores e entre desenvolvedores privados que enfrentam dificuldades financeiras. O banco projeta que esse segmento do mercado imobiliário chinês deve permanecer enfraquecido nos próximos anos, afetando a demanda por aço e minério.
No norte da China, o minério de ferro com teor de 62% encerrou o dia com uma queda de 3,6%, cotado a US$ 112,40 por tonelada. Com essa baixa, o aumento acumulado de junho é reduzido para 8,9%, enquanto no ano a queda já alcança 4,2%. No mercado futuro, contratos para setembro na Bolsa de Commodity de Dalian caíram 1,3%, sendo negociados a 789,50 yuan (aproximadamente US$ 110,50) por tonelada.
Reflexos do setor imobiliário chinês no mercado brasileiro
A desaceleração do setor imobiliário chinês ressalta como as oscilações do mercado asiático impactam empresas globais. Para mineradoras e siderúrgicas brasileiras, como a Vale e a CSN, a situação evidencia o quanto um único setor em um único país pode influenciar o comércio mundial. Essa dependência do mercado chinês exige cautela e estratégias de adaptação das empresas brasileiras para enfrentar variações na demanda global.
