Em documento adicionado ao processo na última terça-feira (12), a Light colocou em xeque o valor total de R$ 6,3 bilhões de dívida nas mãos dos debenturistas. A dívida total da companhia é avaliada em R$ 11 bilhões.
A companhia defendeu que só teve conhecimento da maioria das assembleias ao encontrar as convocações nos sites dos agentes fiduciários e suas respectivas atas. A Light manifesta-se encurralada entre a obrigação de transparência perante aos envolvidos na recuperação e o cerceamento de acesso a informações de interesse dos credores.
Quatro agentes fiduciários estão vinculados às debêntures da Light: Pentágono DTVM, Oliveira Trust, Vórtx e Simplific Pavarini. A Vórtx e a Oliveira Trust, quando contatadas, optaram por não comentar sobre o assunto.
Além das alegações de falta de transparência, a Light alega abuso de direito com despesas indevidas e excessivas na contratação de escritórios para defender os agentes fiduciários e, por extensão, os debenturistas. Segundo a companhia, a conta totaliza cerca de R$ 2,5 milhões, incluindo honorários advocatícios e contratação de assessores técnicos.
A empresa questiona a ausência de critérios claros na escolha de tais escritórios e a imposição de custos que, segundo ela, “não têm relação direta com a solução”.
Os próximos passos dessa saga jurídica ainda são incertos, mas os olhos de investidores e stakeholders estão atentos à evolução desse caso, marcado por debates sobre transparência, acesso à informação e a saúde financeira da Light.