A Samarco, mineradora gerenciada conjuntamente pela Vale e BHP, divulgou na última sexta-feira (28) seu plano de reestruturação financeira perante o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Este plano, pactuado com acionistas e alguns credores, propõe a emissão de novas notas de dívida no valor de até US$ 3,566 bilhões (cerca de R$ 16,9 bilhões) até 2031 para quitar dívidas com credores financeiros. Paralelamente, os acionistas assumirão os custos de reparação relacionados ao trágico evento de Mariana (MG), que levou à perda de 18 vidas.
Conforme o plano estabelecido, as notas emitidas terão vencimento em junho de 2031, apresentando taxas de juros entre 9% e 9,5%, sem garantias adicionais. A Samarco poderá capitalizar os juros até 2025, e de maneira parcial nos anos de 2026 e 2027. Após esse intervalo, os juros serão pagos em espécie. Além disso, há a opção para os credores de converter suas dívidas em um novo instrumento financeiro, com vencimento em 2035, conforme já acordado com metade dos credores financeiros, aceitando um desconto de 25% no valor total, o que reduziria o montante para US$ 3,6 bilhões.
Após dois anos em recuperação judicial e uma paralisação operacional até 2020, a Samarco acumulou uma dívida de US$ 9,7 bilhões, equivalente a R$ 46 bilhões. Entre seus credores estão as controladoras Vale e BHP.
A empresa assegurou que empregados com créditos de até R$ 1,5 milhão, credores de classes específicas e fornecedores estratégicos serão pagos integralmente. Vale e BHP se comprometeram a financiar as obrigações de reparação da Samarco, que ultrapassam US$ 1 bilhão, até o pagamento total das novas notas.
Em declaração, a Samarco enfatizou que o acordo proposto permite investimentos sustentáveis para expandir suas operações de maneira segura, fortalecendo a empresa a longo prazo em benefício de todos os envolvidos. A mineradora ressaltou seu compromisso contínuo com as iniciativas de remediação.
