A delegação composta por aproximadamente 90 líderes empresariais e representantes governamentais desembarcou em São Paulo no último domingo(30), culminando em uma série de 25 acordos firmados, totalizando um montante de US$ 3,5 bilhões em empreendimentos, de acordo com informações de uma fonte que esteve presente durante a visita.
Os documentos de entendimento (MoUs) assinados englobam diversos setores, como o petroquímico, processamento de alimentos, saúde, turismo, aeroespacial e imobiliário. Um desses MoUs foi formalizado entre o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita e a empresa construtora OEC (anteriormente conhecida como Odebrecht), que tem a intenção de estabelecer uma sede regional no território do Golfo.
A perspectiva indica que essa rodada de negociações representa apenas uma parte do vasto potencial de intercâmbio comercial entre as nações. Conforme indicado em um mapeamento de oportunidades elaborado pela ApexBrasil, foi possível identificar um total de 333 oportunidades para produtos brasileiros na Arábia Saudita, notadamente nos segmentos de máquinas e equipamentos, alimentos, manufaturas e produtos químicos, somando um impressionante montante de US$ 21,3 bilhões em oportunidades comerciais. Os setores de maior destaque, alinhados com os interesses sauditas, abrangem aqueles relacionados à transformação energética e à segurança alimentar. Helena Brandão, gerente de investimentos da ApexBrasil, ressalta: “O Brasil apresenta oportunidades notáveis no âmbito do ciclo do hidrogênio e nas energias renováveis, como a solar e a eólica. Além disso, no campo da segurança alimentar, merecem destaque a produção de fertilizantes e a otimização das vias logísticas rodoviárias, ferroviárias e portuárias.”
No contexto dos investimentos greenfield (aqueles que surgem quando uma entidade opta por se internacionalizar) provenientes da Arábia Saudita e que foram anunciados para o Brasil, Helena Brandão destaca alguns empreendimentos significativos, como a expansão da fábrica de borracha da Arlanxeo, uma subsidiária da Saudi Arabian Oil Company, situada em Triunfo-RS, cujo investimento estimado para 2023 é de US$ 96 milhões, bem como a inauguração de um centro de distribuição da Arlanxeo em São Paulo, cujo investimento estimado para 2023 é de US$ 43 milhões. “Vale mencionar também o centro de P&D da Clariant, outra subsidiária da Saudi Arabian Oil Company, localizado em Belo Horizonte-MG, com um investimento estimado de US$ 70 milhões em 2021; além da fábrica de cimentos da Arabian Cement, prevista em US$ 29 milhões em 2014”, acrescenta ela.
No corrente ano de 2023, a Saudi Agricultural and Livestock Investment Co. (Salic), uma empresa estatal da Arábia Saudita, e a Marfrig Global Foods S.A. do Brasil concordaram em adquirir até US$ 890 milhões em ações adicionais da BRF. Essa transação resultará em uma participação da Salic na BRF variando entre 10% e 15%, conforme amplamente divulgado pela mídia.
