A fabricante de aeronaves brasileira Embraer (EMBR3) divulgou na última quinta-feira (4) seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2023 (2T23), após o fechamento do mercado.
Durante o segundo trimestre deste ano, a Embraer realizou a entrega de 47 jatos, compreendendo 17 aeronaves comerciais e 30 aeronaves executivas (sendo 19 jatos leves e 11 jatos médios). Esses números superaram as projeções do JPMorgan, que estimava a entrega de 40 aeronaves para o período.
Os cálculos do JPMorgan indicam que a Embraer alcançou cerca de 32% do ponto médio de sua previsão para o ano fiscal de 2023, que varia entre 185 e 200 aeronaves, divididas em 36% de aeronaves comerciais e 30% de jatos executivos.
De acordo com estimativas do JPMorgan, essas entregas têm um impacto positivo de aproximadamente 11% na receita do segundo trimestre de 2023, totalizando US$ 1,23 bilhão. Além disso, a entrega de aeronaves superiores às expectativas deve gerar um aumento positivo de cerca de 34% em relação à previsão consensual de US$ 1,12 bilhão. O JPMorgan também antecipa que o volume robusto de entregas (+18% em relação à previsão do JPMorgan) possa ter um efeito positivo no Fluxo de Caixa Livre (FCF).
No que diz respeito à carteira de pedidos, esta alcançou o valor de US$ 17,3 bilhões, mantendo-se praticamente estável em comparação com o ano anterior e o trimestre anterior. Essa cifra representa cerca de 3,5 vezes a receita dos últimos 12 meses (LTM).
O JPMorgan avalia que a Embraer está sendo negociada com um múltiplo de 4,5 vezes o Valor da Firma (EV)/Ebitda para o ano de 2024, o que se apresenta abaixo dos índices de empresas similares. As entregas das aeronaves comerciais e executivas no 2T23 superaram as estimativas do BBI, que previa 13 aeronaves comerciais e 27 aeronaves executivas. O BBI também ressalta que a orientação de entregas de 65-70 aeronaves comerciais e 120-130 jatos executivos para 2023 está sendo cumprida conforme planejado.
Segundo o BBI, a previsão é que a Embraer aumente as entregas de jatos comerciais e executivos no segundo semestre de 2023 em 8% (+3 unidades) e 19% (+14 unidades) em relação ao ano anterior, respectivamente. Essa projeção parece factível, considerando que: 1) no período pré-pandemia (2017-19), a Embraer costumava entregar 49 aeronaves comerciais no segundo semestre, acima das 41 unidades esperadas para o 2S23; 2) trata-se de pedidos confirmados; e 3) as encomendas da American Airlines e Jordanian Airlines começarão a ser entregues no quarto trimestre de 2023. Os analistas do BBI enfatizam que o risco reside na cadeia de suprimentos, não na demanda.
A análise do Itaú BBA ressalta que, apesar do aumento das entregas trimestrais e anuais, a Embraer manteve sua carteira de pedidos em níveis estáveis, indicando um fluxo de pedidos saudável.
