Uma nova perspectiva sobre a flexibilização monetária no Brasil pode desencadear oportunidades no mercado acionário do país, de acordo com um proeminente investidor especializado em mercados emergentes.
Ivo Kovachev, gestor do fundo JOHCM de mercados emergentes, que possui um patrimônio de US$ 51 milhões e superou 96% de seus competidores neste ano, afirmou que as ações brasileiras nos setores de consumo e tecnologia da informação podem colher os frutos das taxas de juros mais baixas, o que impulsiona a recuperação econômica da maior nação da América Latina.
“O ambiente atual oferece um sólido suporte ao mercado de ações, que está se recuperando de patamares historicamente baixos”, destacou o executivo da J O Hambro Capital Management, com base em Londres. Ele acrescentou: “As perspectivas são favoráveis, considerando também a atratividade das avaliações.”
Recentemente, o Banco Central do Brasil reduziu sua taxa de juros em 50 pontos-base durante a última quarta-feira (2), enquanto indica a possibilidade de futuros cortes de magnitude semelhante. Nesse contexto, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, registrou uma valorização de 17% nos últimos três meses. Essa mudança de política monetária tem o potencial de exercer um impacto substancial sobre os consumidores brasileiros, que têm enfrentado taxas de juros elevadas por mais de cinco anos, ressaltou Kovachev, co-gerente do fundo ao lado de Emery Brewer e Stephen Lew.
No portfólio, o fundo investe tanto na Locaweb (LWSA3), uma empresa que oferece soluções tecnológicas aos clientes brasileiros, quanto na varejista de moda Lojas Renner (LREN3).
Paralelamente, Kovachev também compartilhou uma abordagem mais cautelosa em relação às chamadas “bolhas de entusiasmo”. O gestor relatou que está reduzindo algumas das principais posições do fundo em fabricantes de chips de Taiwan, cujas ações tiveram um aumento expressivo em 2023, à medida que investidores em Wall Street adotaram a tecnologia subjacente à inteligência artificial.
