Em um cenário de desaceleração da inflação no Brasil, é esperado que o crescimento real do mercado de seguros também perca impulso, mantendo-se, contudo, em terreno positivo. A arrecadação das companhias de seguros, conhecida como prêmio, está prevista para aumentar 3% neste ano, já descontando os efeitos inflacionários, de acordo com uma análise da Swiss Re.
Em comparação com o ano anterior, o setor apresentará um ritmo mais moderado, contrastando com o crescimento real de arrecadação de 4,3% registrado. As mesmas forças motrizes permanecerão, com destaque para os seguros não vinculados à vida, que tendem a ter um aumento de 4,5%, em comparação com o avanço de 12% observado no ano passado.
Nessa categoria estão incluídos produtos como o seguro automotivo, que no ano anterior enfrentou um ajuste de preços para compensar a inflação nos valores dos veículos – as seguradoras calculam as indenizações com base no valor de tabela, independentemente do preço do carro quando a apólice é emitida.
A escalada dos preços impactou os resultados financeiros das seguradoras, mas apresentou um declínio nos últimos meses. A Swiss Re prevê que, daqui em diante, haverá uma tendência de queda nos preços dos automóveis, à medida que as cadeias de produção global se normalizem. Por outro lado, os segmentos de seguro de vida e saúde devem ganhar tração, com um crescimento real estimado em 2,3% neste ano, em comparação com 2,2% no ano passado. Os produtos de poupança, que englobam áreas como previdência, impulsionarão o setor de seguro de vida, enquanto no ramo de saúde, a expectativa é de uma demanda limitada devido ao persistente desemprego.