Na segunda-feira (14/8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância de garantir que mudanças nos juros rotativos do cartão de crédito não afetem o comércio, dada a relevância deste método de pagamento: é responsável por 70% das compras no setor.
A questão do rotativo está em foco. “O rotativo não pode continuar como está e eu tenho o compromisso dos bancos que essa mesa de negociação tem prazo para terminar”, afirmou Haddad. Este sentimento foi ecoado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Na última quinta-feira (10/8), ele reiterou no Senado Federal que o endividamento é agravado pelo juro alto do rotativo do cartão.
Dados recentes do Banco Central apontam que as vendas via cartão de crédito representam 40% do consumo no país. Dada essa predominância, Campos Neto revelou que o BC avalia alternativas para aprimorar a estrutura de juros rotativos. Entre as considerações:
- Extinguir o Rotativo: Enviar o devedor diretamente para um parcelamento do saldo com juros reduzidos.
- Tarifas Desincentivadoras: Introdução de uma tarifa para desestimular compras excessivas no crédito com múltiplas parcelas.
- Limitação de Juros: Impor um teto nos juros rotativos, embora isso possa resultar na redução de crédito para correntistas de “maior risco”.
Haddad reforçou a delicadeza do equilíbrio a ser alcançado. “O rotativo afeta muito a vida das pessoas e o parcelado sem juros representa hoje 70% das compras no comércio. Devemos ter cuidado para não gerar outro problema ao tentar resolver o primeiro”, alertou.