A ABCON SINDCON (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), entidade que representa as operadoras privadas do setor, aponta que é saneamento no Brasil precisa de R$ 893 bilhões em investimento para que o país atenda às metas do novo marco regulatório. O estudo prevê que, em dez anos, 90% da população brasileira terá acesso a esgoto, e 99% contará com água tratada.
Atualmente, 84,2% da população brasileira tem acesso à água tratada, enquanto 55,8% estão conectados a sistemas de esgoto. Entretanto, Luiz Fazio, presidente da ONG Biosaneamento, ressalta a necessidade de cautela ao interpretar estes números. Ele aponta falhas na metodologia que, muitas vezes, desconsidera comunidades e favelas vulneráveis.
“O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) frequentemente exclui comunidades pequenas ou informais, como favelas e algumas áreas rurais”, adverte Fazio.
O estudo também sinaliza que o setor de saneamento pode gerar mais de 1,5 milhão de empregos, elevando o nível de emprego em 0,9%. Com o investimento proposto, o PIB nacional poderia alcançar 1,4 trilhão em 12 anos. Fazio enfatiza os benefícios econômicos e sociais do investimento em saneamento, incluindo valorização imobiliária, turismo e economia em saúde.
Para Fazio, uma combinação de políticas governamentais e ações das grandes concessionárias é essencial para transformar o cenário do saneamento no Brasil. Ele destaca a importância de tratamentos descentralizados de esgoto e sistemas sustentáveis.
“A abordagem das questões urbanas e sociais, como regularização fundiária e urbanização, é crucial para assegurar a eficácia e sustentabilidade das soluções de saneamento”, conclui.