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Poluição centralizada: os mais ricos dos EUA representam 40%

Estudo na PLOS Climate revela: ricos dos EUA influenciam fortemente a poluição global, via consumo e investimentos em combustíveis fósseis.
(Foto: Pexels/Marcin-jozwiak)

Um estudo inovador divulgado recentemente na revista científica PLOS Climate lança luz sobre uma conexão alarmante: as pessoas mais abastadas dos Estados Unidos, além de suas extravagantes residências e jatos privados, também desempenham um papel significativo na poluição global. Esse cenário é moldado não somente por seu consumo pessoal, mas também pelo papel das empresas onde investem seu capital, principalmente aquelas envolvidas em combustíveis fósseis.

A pesquisa, publicada na quinta-feira (17), revela que os 10% mais ricos da população norte-americana são responsáveis por quase 50% das emissões que impulsionam o aquecimento global nos Estados Unidos. “O fenômeno do aquecimento global frequentemente é visto como algo abstrato e incontrolável. As pessoas têm uma noção de que contribuem para ele de alguma forma, mas a quantificação é desafiadora”, observa Jared Starr, cientista de sustentabilidade da Universidade de Massachusetts Amherst e autor do estudo. Ele destaca que essa pesquisa ajuda a atribuir responsabilidades individuais e a transcender o mero consumo como fator preponderante.

A análise meticulosa se baseou em dados abrangentes de três décadas, conectando transações financeiras à emissão de carbono. O estudo considerou não apenas as emissões diretas das empresas, mas também os efeitos climáticos indiretos de suas cadeias de suprimento. Por exemplo, boa parte das emissões de carbono associadas a empresas de petróleo ocorre quando os consumidores queimam os produtos derivados do petróleo.

Cada dólar de atividade econômica nos EUA foi correlacionado a uma pegada de carbono, a qual foi relacionada aos domicílios por meio de dados de pesquisas populacionais que indicavam as indústrias em que as pessoas trabalhavam e suas rendas.

A pesquisa revelou que os 10% mais ricos nos EUA, cujas famílias possuem renda superior a US$ 178 mil (R$ 884 mil), são responsáveis por 40% das emissões de carbono ligadas à atividade humana que impactam o planeta. Apenas os 1% mais ricos – aqueles com renda acima de US$ 550 mil (R$ 2,7 milhões) – contribuem com 15% a 17% dessas emissões.

O estudo também identificou o grupo de “superemissores”, predominantemente entre os 0,1% mais ricos nos EUA, com ênfase em setores como finanças, seguros e mineração. Esses indivíduos geram aproximadamente 3.000 toneladas de emissões de carbono anualmente. Para colocar essa quantidade em perspectiva, estima-se que, para enfrentar as mudanças climáticas, a emissão de carbono por pessoa não deveria exceder cerca de 2,3 toneladas por ano.

A compreensão das principais partes envolvidas na crise climática é crucial para a formulação de políticas que abordem a poluição de maneira equitativa. Embora haja discordância quanto ao impacto desproporcional dos impostos de carbono sobre o consumo, especialistas concordam que é essencial adotar abordagens fiscais direcionadas aos investimentos intensivos em carbono.

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