Nos primeiros sete meses do ano em análise, houve um aumento notável de 11,4% na importação de bens de consumo avaliados em até 50 dólares por unidade, em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O Uruguai surpreendeu com o maior crescimento nas importações, registrando uma alta de 46,7%. A China, embora tenha ficado em segundo lugar com um crescimento de 38,0%, se destacou pelo volume maciço de importações, contabilizando 1,32 milhão dos 3,32 milhões de itens importados globalmente. Vietnã, Paraguai e Estados Unidos também figuraram entre os cinco primeiros no ranking de crescimento.
Um destaque relevante é o aumento impressionante de 575% nas importações de produtos chineses avaliados em cerca de 50 dólares nos últimos 20 anos. Em contraste, a média de crescimento de outros países foi de 155%.
A tendência de crescente preferência por produtos importados no mercado interno brasileiro foi ainda mais intensificada pela implementação do Programa Remessa Conforme, que desde 1º de agosto eliminou o imposto de importação para compras abaixo de US$ 50. Isso deu espaço apenas para a cobrança de 17% de ICMS pelos estados. Em Pernambuco, os lojistas já enfrentam uma desvantagem, pagando 18% de ICMS. Se a proposta de lei for aprovada pela Alepe, esta alíquota poderá aumentar para 20,5% em janeiro de 2024.
Segundo análise da CNC, a diferença significativa na tributação sobre consumo no Brasil e no exterior tem desempenhado um papel crucial no aumento das importações. Enquanto o setor de comércio expressa preocupação com essa tendência, a indústria nacional também antevê desafios significativos diante dessa realidade.









