A atividade econômica brasileira apresentou uma surpreendente elevação em julho deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (19). O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou um crescimento de 0,44% em relação ao mês anterior, de acordo com informações dessazonalizadas.
No mês de julho, o IBC-Br atingiu a marca de 150,94 pontos. Na comparação com o mesmo período de 2022, o indicador apresentou um aumento de 0,66%. Estes números refletem um crescimento consistente, mesmo sem ajustes sazonais, evidenciando a solidez da recuperação econômica.
O resultado positivo de julho representa o segundo mês consecutivo de alta no indicador, após um período de retração em maio. Essa tendência ascendente sinaliza uma recuperação gradual e promissora da economia brasileira.
O IBC-Br desempenha um papel crucial na avaliação da atividade econômica do país e serve como subsídio para as decisões do BC quanto à taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 13,25% ao ano. O índice incorpora dados referentes aos níveis de atividade nos setores da economia, abrangendo indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
A taxa Selic, principal ferramenta do BC para controle da inflação, desempenha um papel determinante. A elevação dessa taxa visa conter a demanda aquecida, o que impacta diretamente nos preços ao consumidor. No entanto, é importante salientar que taxas mais elevadas também podem impor obstáculos à expansão econômica.
Frente à acentuada queda na inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic. Essa medida tem o potencial de estimular a atividade produtiva e fomentar o crescimento econômico de forma sustentável.
A última vez que o BC promoveu uma redução na Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa foi ajustada de 2,25% para 2% ao ano, como resposta à contração econômica desencadeada pela pandemia de covid-19. Desde então, o Copom implementou doze elevações consecutivas na Selic, a partir de março de 2021, em meio ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. A partir de agosto do ano passado, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete períodos consecutivos.
Hoje e amanhã (20), o Copom se reunirá novamente para deliberar sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é que a taxa básica seja reduzida para 12,75% ao ano, o que poderá ter impactos significativos na dinâmica econômica do país.
O IBC-Br, divulgado mensalmente, utiliza uma metodologia distinta daquela empregada para calcular o Produto Interno Bruto (PIB), o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração da estratégia da política monetária”, embora não seja exatamente uma prévia do PIB.
O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país. No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira superou as projeções, registrando um crescimento de 0,9% em relação aos primeiros três meses de 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparativamente ao segundo trimestre do ano anterior, a economia avançou 3,4%.
O PIB acumula um crescimento de 3,2% nos últimos 12 meses. No primeiro semestre de 2023, o crescimento acumulado foi de 3,7%.
Em 2022, o PIB do Brasil experimentou um crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões, demonstrando a resiliência e a robustez da economia nacional em face dos desafios enfrentados.