As ações das construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa brasileira tiveram um dia de grandes oscilações, com destaques negativos para a MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Mitre (MTRE3). Por volta das 15h30 (horário de Brasília), a Tenda registrou uma queda de 9,2%, sendo a mais impactada no setor imobiliário, devido a um leilão realizado durante a manhã. Essa reação negativa ocorreu em resposta a um comunicado divulgado pela empresa na noite anterior, no qual a administração propôs uma redução de capital.
A proposta da Tenda (TEND3) envolve uma redução de R$ 419,4 milhões, correspondente aos prejuízos acumulados durante o segundo trimestre deste ano. Caso seja aprovada pelos acionistas em uma assembleia geral extraordinária (AGE) marcada para 16 de novembro, o capital social da construtora de baixa renda será reduzido para R$ 910,7 milhões, distribuídos em 123 milhões de ações ordinárias. A empresa busca absorver os prejuízos acumulados ao longo de sete trimestres consecutivos até junho e considera que essa operação poderá viabilizar o pagamento de dividendos, embora a distribuição desses proventos dependa da apuração de lucros em exercícios futuros.
Por outro lado, as ações da Mitre (MTRE3) sofreram uma queda significativa de mais de 15% devido à divulgação, pelo conselho de administração, da compra de quatro imóveis em Trancoso, na Bahia, anteriormente de propriedade do acionista controlador Fabrício Mitre. Essa operação, no valor de R$ 13,5 milhões, faz parte do plano de rebranding da empresa, que pretende lançar empreendimentos imobiliários de alto padrão sob a marca Daslu Properties. A Mitre garante que continuará focada em seus principais negócios, principalmente em São Paulo, onde planeja lançar um empreendimento com a assinatura Daslu no próximo ano.
Para esclarecer as movimentações no mercado, a Mitre realizou uma teleconferência extraordinária com seus executivos às 14h, explicando que os projetos na Bahia e com a marca Daslu terão investimentos de R$ 30 milhões, enquanto o Valor Geral de Vendas (VGV) pode atingir até R$ 50 milhões. A empresa reforçou seu compromisso com o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários de médio, alto e altíssimo padrão em São Paulo, apesar dessas mudanças estratégicas.