No primeiro dia de novembro, o dólar à vista registrou queda significativa, fechando abaixo de R$ 5,00 após três dias de pregões. A recuperação do real foi atribuída ao cenário externo mais favorável para as moedas emergentes latino-americanas. Operadores destacaram a redução das taxas dos Treasuries e o aumento das cotações do minério de ferro como fatores-chave para a valorização do real.
Durante a sessão, o dólar operou predominantemente em baixa, atingindo a mínima de R$ 4,9690, encerrando o dia em R$ 4,9730 – o menor valor desde 25 de setembro. O índice DYX, que avalia o comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, teve perdas significativas, especialmente em relação ao iene. As taxas dos Treasuries de 2 e 10 anos renovaram mínimas, enquanto o dólar caiu em relação a divisas emergentes e moedas de países exportadores de commodities, com destaque para o peso mexicano e o real, que tiveram perdas acima de 1%.
O Federal Reserve manteve a taxa básica americana entre 5,25% e 5,50% ao ano. O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que a decisão sobre os juros em dezembro ainda não foi tomada e destacou a pressão na economia e inflação causada pela orientação restritiva da política. No entanto, ele também mencionou sinais de abrandamento no crescimento dos salários nominais e um melhor equilíbrio nas condições de oferta e procura no mercado de trabalho, sugerindo possíveis pressões inflacionárias menores.
Apesar da reação positiva inicial, o economista-chefe da Análise Econômica e consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo, adverte que há incertezas em relação aos juros longos americanos. Ele enfatiza a necessidade de cautela, prevendo uma faixa de oscilação do dólar entre R$ 4,95 e R$ 5,00, enquanto não houver uma tendência mais clara nos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Galhardo descarta a possibilidade de corte de juros nos EUA no primeiro semestre de 2024.