Eleição de Javier Milei: impacto na diplomacia com o Brasil

Análise sobre a eleição de Javier Milei na Argentina: possíveis impactos diplomáticos, desafios de governabilidade e incertezas econômicas.
Foto: Grecia Talavera/Pexels

A eleição do ultraliberal Javier Milei para presidir a Argentina a partir de 10 de dezembro não deve prejudicar o comércio com o Brasil, mas pode resultar em distanciamento diplomático. Marina Pera, analista de risco político da Control Risks, destaca que, apesar das preferências ideológicas de Milei, as relações comerciais devem persistir. Contudo, o novo presidente pode optar por um isolamento internacional, afetando participação em fóruns e acordos.

Porém, análises apontam que o possível retorno de Donald Trump à presidência dos EUA pode acabar com esse isolamento. Além disso, outro desafio será a governabilidade do futuro presidente. Nesse sentido, vale ressaltar que o partido de Milei detém menos de 1/3 do Congresso, a sociedade está dividida, e ele carece do apoio de grupos tradicionais. Dessa forma, Milei enfrentará obstáculos nas negociações no Congresso para aprovar sua agenda. A possível aliança com ex-presidente Macri pode influenciar, mas abraçar o “establishment” pode ser controverso após uma campanha “antiestablishment”.

A agenda de privatizações proposta por Milei, incluindo a da petrolífera YPF, enfrentará resistência. A  vitória de Milei representa mais incertezas do que respostas, destacando a importância de observar como ele conciliará sua retórica “antipolítica” com a realidade governamental.

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