Itália vende 20% de participação no banco mais antigo do mundo

(Foto: Antonio Filigno/Pexels)

O Ministério da Economia italiano anunciou nesta segunda-feira (20) sua intenção de vender 20% do capital do Monte dei Paschi di Siena (MPS), o banco mais antigo do mundo, parte da sua participação de 64%. O governo italiano pretende agilizar a venda, direcionando as ações do MPS a investidores qualificados tanto na Itália quanto internacionalmente. Segundo o mercado, a transação é avaliada em € 920 milhões (US$ 1 bilhão)

O estado italiano tem enfrentado desafios para alienar sua participação majoritária no Paschi, incluindo tentativas fracassadas de fusão com outros bancos, como a UniCredit. A venda do Monte dei Paschi marca o início de uma série de privatizações planejadas pelo governo italiano, com a expectativa de arrecadar 20 bilhões de euros (cerca de R$ 106,2 bilhões) até 2026.

Fundação

O Monte dei Paschi di Siena, fundado em 1472 na cidade italiana de Siena, é reconhecido como o banco mais antigo ainda em operação. Com aproximadamente 1800 agências e 28 mil funcionários, atende mais de 4,5 milhões de clientes na Itália e mantém presença internacional. Sua sede, no Palazzo Salimbeni em Siena, abriga uma valiosa coleção de arte e documentos históricos acumulados ao longo de seis séculos.

O banco expandiu suas operações em 2007 com a aquisição do Banca Antonveneta do Grupo Santander. No entanto, enfrentou desafios significativos, incluindo uma queda acentuada de 20% nas ações em outubro de 2014 na bolsa de Milão. Segundo testes de estresse do Banco Central Europeu, o Monte dei Paschi necessitava de 4,2 bilhões de euros para enfrentar uma crise financeira severa, o maior valor entre os 25 bancos avaliados.

Entre 2009 e 2014, o banco recorreu a mais de 4 bilhões de euros de ajuda estatal. Sua gestão foi criticada, especialmente após a compra do Antonveneta por 9 bilhões de euros em 2007, uma decisão que se provou desastrosa com a crise financeira de 2008.

Em dezembro de 2016, uma tentativa de recapitalização por investidores privados fracassou, levando o governo italiano a intervir. O governo passou a deter entre 50% e 75% do capital do banco. No mesmo mês, as ações do Monte dei Paschi sofreram múltiplas suspensões de negociação na bolsa de Milão, fechando o dia com uma queda superior a 12%.

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