Em mais um capítulo da tensão entre Governo Federal e companhias aéreas, Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, exige um plano de redução das tarifas aéreas. As empresas, impactadas pelo alto custo do querosene e judicialização, enfrentam desafios significativos.
O combustível, representando 30 a 35% dos custos, viu uma queda de 14% em seu preço. Porém, a judicialização impõe um custo adicional de R$ 1 bilhão, complicando ainda mais a situação financeira das companhias.
Além disso, as aéreas como Azul e Gol citam atrasos nas entregas de aeronaves como um grande entrave para o crescimento. Esses atrasos limitam a expansão de operações e impactam a malha aérea.
Rodrigo Faria, analista da SulAmérica Investimentos, vê a pressão do governo como potencialmente problemática. Uma decisão unilateral do governo, forçando preços baixos insustentáveis, seria um enorme problema. As companhias já enfrentam desafios financeiros significativos, principalmente após a pandemia.
Faria acredita que 2024 poderia ser o ano de normalização para o setor, com uma possível estabilização dos problemas atuais. A situação atual é complexa, com demanda forte, mas oferta limitada impactando as tarifas.
Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, destaca que a intervenção do governo traz falta de previsibilidade, exacerbando os problemas do setor. O endividamento crescente e a falta de novas aeronaves são outras preocupações graves.
Phil Soares, da Órama, sugere que, enquanto a redução de tarifas é uma meta, as soluções não devem ser paliativas ou temporárias, mas sim abrangentes, considerando vários aspectos do setor.