O embaixador francês, Emmanuel Lenain, participou de um encontro em Brasília para discutir uma possível parceria com o Brasil no desenvolvimento do plano nuclear. As negociações envolvem um financiamento de €3 bilhões (R$ 16,4 bi) voltado para a exploração e exportação de urânio. Essa proposta, discutida com o deputado Júlio Lopes (Progressistas-RJ), presidente da Frente Parlamentar Nuclear, na última quarta (13), ganhou destaque após a participação de Lopes na World Nuclear Exhibition, em Paris, seguida pela presença na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.
Durante o evento, Lopes abordou o presidente Lula e ressaltou a importância do Brasil investir na exportação de urânio, destacando as oportunidades econômicas envolvidas. Além disso, ele discutiu o assunto com o chanceler Mauro Vieira. Espera-se que todos os detalhes estejam alinhados para que o presidente francês, Emmanuel Macron, possa assinar o acordo durante sua visita oficial ao Rio de Janeiro em março.
O Brasil, atualmente detentor da oitava maior reserva de urânio do mundo, busca ampliar sua presença entre os cinco maiores produtores globais. O Serviço Geológico Brasileiro (SGB), por meio do Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, está identificando novas áreas para prospecção de urânio. Assim, alinha-se ao Plano Nacional de Energia 2050, que recomenda a retomada da prospecção de recursos minerais para impulsionar o desenvolvimento da energia nuclear no país.
Atualmente, a única mina de urânio em operação está localizada em Caetité, Bahia, explorando o depósito de Lagoa Real. Com uma capacidade estimada de 400 toneladas/ano e potencial para chegar a 800 toneladas/ano, a mina representa um componente crucial para o setor nuclear brasileiro. Mais de 38 anomalias, áreas de alta concentração de urânio, foram identificadas na região. Este fator indica um significativo potencial de crescimento na produção de urânio no país.