David Rockefeller, reconhecido como um banqueiro mecenas, começou sua notável jornada no Chase National Bank, inicialmente ocupando a posição de gerente assistente no Departamento Estrangeiro. Nessa fase inicial de sua carreira, ele desempenhou um papel crucial no financiamento do comércio internacional de commodities essenciais como café, açúcar e metais. Essa experiência não só ampliou sua compreensão do mercado global, mas também lhe proporcionou a oportunidade de estabelecer relações com mais de 1000 bancos em diferentes partes do mundo. Esta ampla rede de conexões internacionais foi um trampolim para seu ascenso na hierarquia corporativa, culminando com sua nomeação como presidente do banco em 1960. Neste papel, Rockefeller estendeu significativamente sua influência em escala global.
Contudo, a contribuição de David Rockefeller transcendeu as operações bancárias tradicionais. Ele emergiu como uma figura visionária, cujo impacto se estendeu além da economia global, abraçando também o mundo da filantropia. Sua dedicação a causas artísticas e educacionais solidificou sua posição como um mecenas influente, cujo legado perdura tanto no setor financeiro quanto no universo das artes.
Liderança Visionária no Chase Manhattan
Rockefeller assumiu a presidência do Chase Manhattan Bank em 1969, mantendo-se no cargo até 1980. Durante seu mandato, ele foi fundamental na decisão de construir a nova sede do banco em Wall Street, um movimento que revitalizou o centro financeiro de Nova York. O Chase Manhattan Plaza, concluído em 1960 sob sua direção, tornou-se um marco na cidade.
Influência Global e Expansão
Sob a liderança de David Rockefeller, o Chase Manhattan se expandiu internacionalmente, tornando-se um pilar central no sistema financeiro mundial. Em 1973, o banco estabeleceu a primeira filial de um banco americano em Moscou, e no mesmo ano, o Chase se tornou o primeiro banco correspondente da China nos Estados Unidos, graças à viagem de Rockefeller para o país.
O International Advisory Committee
Na década de 1960, Rockefeller e outros empresários formaram o International Advisory Committee (IAC), composto por líderes empresariais de 19 países. Ele presidiu o comitê até 1999, após o qual, com a fusão com o J.P. Morgan, foi renomeado para International Council. Este conselho incluiu figuras como Henry Kissinger e Lee Kuan Yew.
Estima-se que o magnata conheceu mais de 200 chefes de Estado ao longo de sua vida e que, em boa parte dos encontros, era recebido como um estadista internacional.
Legado de Filantropia
David Rockefeller, além de sua destacada carreira bancária, estabeleceu-se como um filantropo prolífico, com um profundo compromisso com as artes e a educação. Sua influência foi decisiva na fundação e sustentação de importantes instituições culturais e educacionais. Ele desempenhou um papel crucial na criação do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e no apoio contínuo a universidades renomadas como Harvard e Chicago. Além disso, sua atuação incluiu o incentivo à iniciativa privada para subsidiar museus locais, contribuindo significativamente para o enriquecimento cultural das comunidades.
A paixão de Rockefeller pelas artes também se refletiu na formação de uma das mais impressionantes coleções privadas, composta por aproximadamente 15 mil peças, incluindo obras de artistas eminentes como Pablo Picasso, Paul Cézanne e Henri Matisse. Este acervo não apenas destacou seu gosto refinado, mas também seu desejo de preservar e promover a arte para as gerações futuras.
As generosas doações da família Rockefeller não se limitaram ao campo da arte e educação. Eles foram fundamentais na construção do Rockefeller Center, um complexo de 19 edifícios comerciais que se tornou um marco na cidade de Nova York, abrigando lojas, restaurantes e escritórios, assim como no desenvolvimento do Lincoln Center, um centro artístico que reúne 12 companhias. Essas contribuições reforçaram o papel de David Rockefeller como um dos mais influentes personagens na política e economia do século XX, transcendendo sua atuação no setor bancário e marcando sua presença duradoura no cenário cultural e educacional.
Fim de uma Era
David Rockefeller faleceu em 20 de março de 2017, aos 101 anos, devido a uma falência cardíaca. Sua morte marcou o fim de uma era para a influente dinastia Rockefeller. Ele deixou uma fortuna estimada em US$ 3,3 bilhões
