26 membros do Grupo João Santos estão enfrentando denuncias de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles se tornaram réus em um processo criminal após o Ministério Público Federal (MPF) denunciar as atividades ilícitas. A denúncia foi aceita pela Justiça Federal como resultado das investigações da Operação Background, que começou em 2021.
Fernando João Pereira dos Santos e José Bernardino Pereira dos Santos, irmãos e principais sócios do grupo empresarial, lideravam a organização. Além deles, familiares e funcionários de confiança do grupo econômico participavam da organização. A denúncia afirma que eles movimentavam recursos de origem criminosa entre as contas das empresas do conglomerado, atuando em diversos setores, incluindo produção celulose, agronegócio, comunicação, logística e de cimento, que já foi considerado o segundo maior produtor do Brasil
As investigações também apontaram que os réus utilizavam empresas do grupo, incluindo empresas paralelas, para movimentar recursos provenientes de sonegação fiscal e trabalhista, ocultando a origem ilícita dos valores em transações sem justificação comercial. Os crimes teriam ocorrido entre 2014 e 2019, com indícios de sonegação fiscal desde 2009.
Além disso, eles abriam centenas de contas bancárias em várias instituições financeiras com diferentes titulares, o que dificultava o rastreamento das transações. As investigações mostraram que ocorria a transferência de patrimônio para empresas com menor passivo tributário e trabalhista, criando uma aparência de legalidade.
Dívidas trabalhistas:
O grupo empresarial acumulou dívidas trabalhistas de R$ 60,5 milhões ao longo do tempo, juntamente com bilionários débitos tributários. Em 2023, o conglomerado fez um acordo de transação tributária com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para regularizar as dívidas de quase R$ 11 bilhões. Desse valor, R$ 270 milhões eram referentes a créditos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que estavam sendo cobrados judicialmente há mais de 10 anos.
O MPF apontou a lavagem de dinheiro como uma prática comum no grupo, envolvendo transações financeiras em “contas de passagem”. As investigações tiveram buscas e apreensões em várias localidades, além disso, houve quebra de sigilo fiscal e bancário dos envolvidos em estados como São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, Amazonas e Pará.