A ideia de trabalhar quatro dias semanais, com mais tempo para descanso, lazer e desenvolvimento pessoal, está se aproximando para os trabalhadores brasileiros. O Senado Federal discute a redução da jornada em 2024, sem afetar os salários.
A tendência global de jornadas mais curtas, visando ao bem-estar e à qualidade de vida dos trabalhadores, não se limita ao Brasil. Embora o país debatesse a redução da carga horária desde 1995, somente em 2023 a possibilidade de aprovação no Congresso Nacional ganhou destaque. No ano passado, a Comissão de Assuntos Sociais aprovou um projeto para reduzir a jornada semanal, sem afetar os salários, por meio de acordos coletivos.
A CLT atualmente estipula uma jornada de trabalho de 30 horas, enquanto a Constituição fixa um limite de 44 horas semanais. O projeto em análise busca a redução para 30 horas, desde que haja um acordo entre empregador, sindicato e empregado, sem prejudicar os salários.
A proposta, apresentada pelo senador Weverton Rocha, avançará para a Câmara dos Deputados, a menos que um mínimo de nove senadores apresentem recursos para análise no Plenário do Senado.
Outro países
No Reino Unido, um estudo recente revela que 92% das empresas que adotaram uma semana de trabalho de quatro dias decidiram mantê-la, sem prejudicar a produtividade e com uma diminuição nas saídas de funcionários.
Além disso, países como Espanha, França, Portugal e Japão também estão discutindo a possibilidade de reduzir a jornada de trabalho. A ONU destaca que Holanda, Bélgica, Dinamarca e Alemanha obtiveram êxito ao experimentar reduções na jornada de trabalho, chegando a uma média de cerca de 32 horas semanais.
América do Sul
O Chile aprovou recentemente uma lei que gradualmente reduzirá a jornada de trabalho de 45 para 40 horas nas próximas etapas. No Brasil, a The 4-Day Week Global e a Reconnect Happiness at Work estão atualmente em negociações com empresas para testar um modelo de trabalho de quatro dias. Essa iniciativa tem como foco melhorar a produtividade e o bem-estar dos funcionários.
Saúde
Um relatório da OMS e OIT apontou que jornadas de trabalho extensas estão relacionadas a um aumento nos casos de acidente vascular cerebral e doenças cardíacas. Diante desses números preocupantes, insta-se governos, empregadores e trabalhadores a considerarem medidas para proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. A discussão sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil reflete uma tendência global em busca de maior qualidade de vida e produtividade, mantendo os salários inalterados.