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Spread bancário aumenta e juros finais caem, segundo BC

Taxas para pessoas físicas a 54,2% ao ano, revela relatório

taxa média de juros
(Foto: José Cruz/Agência Brasil).
taxa média de juros
(Foto: José Cruz/Agência Brasil).

A taxa média de juros cobrados para novas contratações fechou 2023 em 28,4% ao ano. Assim, houve a diminuição de 1,7 ponto percentual, em contraste com o aumento de 5,6 pontos percentuais no ano anterior. Paralelamente, o spread bancário, que mede a diferença entre as taxas de captação e as taxas cobradas aos clientes, viu um acréscimo de 0,4 ponto percentual, estabilizando-se em 19,7 pontos percentuais. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (6), pelo Banco Central (BC).

Essa alteração nas taxas de juros acompanha a queda na taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, ajustada de 13,75% para 11,75% ao longo do ano, situando-se atualmente em 11,25%.

Pessoas físicas e jurídicas

No segmento do crédito livre, que permite aos bancos maior flexibilidade na definição das taxas de juros, as taxas para pessoas físicas alcançaram 54,2% ao ano, refletindo uma diminuição de 1,5 ponto percentual. Este resultado emerge num contexto de variações nas diferentes modalidades de crédito, com aumentos no crédito pessoal não consignado e no uso do cartão rotativo, mas com decréscimos no crédito consignado e nos financiamentos de veículos.

Para as empresas, a taxa de juros no crédito livre apresentou uma queda para 21,1% ao ano, marcando uma redução de 1,9 ponto percentual. Em geral, o crédito livre alcançou R$1,9 trilhão para as famílias, representando um crescimento de 7,9% após um aumento de 17,5% em 2022. Esta expansão reflete a evolução de diversas modalidades de crédito. Especialmente, o pessoal não consignado e o consignado, além dos financiamentos de veículos e operações com cartão de crédito.

Crédito direcionado

Já no crédito direcionado, destinado principalmente a setores específicos como habitação, rural e infraestrutura, houve um aumento de 9,6% para pessoas jurídicas, alcançando R$809,5 bilhões. O crédito às famílias neste segmento cresceu 13,0%, totalizando R$1,6 trilhão, embora tenha desacelerado em comparação ao ano anterior.

Setor não financeiro e sistema financeiro

O saldo do crédito ampliado para o setor não financeiro atingiu R$15,6 trilhões em 2023, com um crescimento de 4,3%. Especificamente, o crédito ampliado para empresas expandiu 5,7%, enquanto o direcionado às famílias cresceu 10,3%. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) viu seu volume de operações de crédito chegar a R$5,8 trilhões, com um aumento de 7,9% no ano, indicando uma desaceleração comparada ao crescimento de 14,5% em 2022.

O relatório sublinha a importância de acompanhar as variações nas taxas de juros e no spread bancário, elementos cruciais para entender a dinâmica do crédito no Brasil.