Um impressionante número de 22 milhões de brasileiros, equivalente a 14% da população do país, engajou-se em atividades de apostas online em 2023, conforme revelado pelo mais recente Raio-X do Investidor, divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta terça-feira (30).
Destacando uma tendência interessante, o relatório identificou que o perfil predominante entre os apostadores é homem, da geração Z (entre 16 e 27 anos), que também investe e pertence à classe A/B. Esta demografia lidera o cenário das apostas, contrastando com o perfil dos usuários dos principais produtos de investimento do país.
Surpreendentemente, o total de apostadores supera o percentual de pessoas que recorrem aos principais produtos de investimento, como títulos privados, fundos de investimento, títulos públicos e planos de previdência, utilizados por 5%, 4%, 2% e 2% dos brasileiros, respectivamente.
Investimento ou não?
Contudo, uma descoberta do relatório é que a grande maioria (70%) dos apostadores não encara as apostas online como uma forma de investimento. Em vez disso, eles buscam ganhos rápidos em momentos de necessidade (40%), a possibilidade de um grande retorno financeiro instantâneo (39%), ou simplesmente diversão (26%).
Aquiles Mosca, presidente do comitê de educação de investidores da Anbima, destaca um viés de familiaridade com atividades esportivas entre os apostadores, especialmente nas plataformas de apostas. Ele observa que muitos apostadores se sentem confiantes em suas habilidades de prever resultados esportivos e enxergam nas apostas uma forma de entretenimento com base nessa familiaridade.
É interessante notar que apenas 22% dos apostadores consideram as bets como um investimento legítimo. Esta parcela majoritariamente pertence à classe D/E e à geração mais antiga (boomers). No entanto, ao longo da pesquisa, Marcelo Billi, superintendente de educação da Anbima, ressalta que se deparou com casos de indivíduos que reservam um orçamento específico para apostas, sem que isso necessariamente prejudique a saúde financeira.
Marcelo Billi enfatiza que, embora haja diferentes perspectivas em relação às plataformas de apostas, é importante reconhecer que muitos apostadores participam por mero entretenimento e diversão, sem que isso resulte em problemas financeiros.
