O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou planos significativos para a indústria naval brasileira, incluindo um investimento previsto de R$ 6,6 bilhões para 2024. Este movimento, anunciado durante um evento da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, marca uma tentativa de revitalizar um setor historicamente importante, mas recentemente debilitado por escândalos e recessão.
Diagnóstico e estudos do setor
Durante um seminário sobre transição energética nos oceanos, Mercadante revelou que o banco lançará um edital até julho para estudar a capacidade industrial naval do país. “Precisamos fazer um diagnóstico rigoroso sobre nossa capacidade de construção e nossa expertise”, disse ele, enfatizando a importância de aprender com os erros passados e de não excluir o Brasil do segmento naval.
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Investimento do BNDES na indústria naval foca em energia limpa
Além de impulsionar a indústria naval, os esforços do BNDES estão alinhados com as metas de sustentabilidade global, incluindo a descarbonização da frota marítima. Mercadante destacou a importância de adaptar a indústria para reduzir as emissões de carbono, refletindo o compromisso com as práticas ambientais responsáveis.
Desafios e oportunidades
O BNDES também reconhece os desafios enfrentados pelo setor, desde a falta de competitividade até as complexidades da transição energética. No entanto, o banco vê uma oportunidade significativa de liderar no desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes que possam posicionar o Brasil como um líder na indústria marítima sustentável.
“Vamos fazer um edital e convidar os estudiosos para ouvir todos os segmentos empresariais envolvidos, ver nossa capacidade e quais são os nichos em que temos possibilidade de avançar, especialmente na descarbonização da navegação”, afirmou Mercadante.
Incentivos financeiros e apoio ao setor
Além do financiamento para a indústria naval, Mercadante anunciou um crédito adicional de R$ 5 bilhões por ano para inovação tecnológica e digital em projetos de transição energética marítima. Essa linha de crédito, com juros competitivos, visa estimular a inovação e a competitividade no setor.
“Transporte fluvial, rebocadores e balsas graneleiras e mineraleiras têm demanda muito forte na construção naval. Isso gera musculatura para podermos avançar para projetos mais complexos”, defendeu o presidente.
Parcerias e colaborações estratégicas
O BNDES está trabalhando em colaboração com outras instituições, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para garantir uma abordagem complementar e evitar redundâncias nos esforços de inovação. Essas parcerias são fundamentais para o sucesso do setor naval no cenário de transição energética.
Engajamento com a comunidade global
O evento também contou com a presença de Arsênio Velasco, secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO), destacando o papel do Brasil no cenário global de transição energética.
