Banco Central da Argentina (BCRA) reduziu sua taxa de juros de referência de 60% para 50% ao ano, marcando a segunda queda em uma semana e a quarta redução em 50 dias. O movimento visa controlar a inflação e reduzir a quantidade de pesos em circulação.
A autoridade monetária justificou a decisão em comunicado, mencionando a sazonalidade nos pagamentos externos do Tesouro, o fortalecimento da âncora fiscal e o rápido ajuste das expectativas de inflação.
Dinâmica de redução
No último mês, a taxa caiu de 100% para 80%, e em sequência para 70% e, posteriormente, para 60% antes do corte mais recente. O governo, sob a liderança do presidente Javier Milei, busca estratégias para conter a inflação, que atingiu 300% ao ano.
O vice-presidente do BCRA, Vladimir Werning, comunicou que o governo projeta a inflação para cair a 5,8% em maio. O Ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou que aumentos programados nas tarifas de gás, eletricidade e ônibus, assim como o imposto sobre combustíveis, seriam adiados para aliviar o peso sobre a classe média. “Como estamos confortáveis na área fiscal, priorizamos a redução da inflação e não sobrecarregamos a classe média com mais despesas no momento”, afirmou Caputo em suas redes sociais.
A estratégia de cortes de juros também busca estabilizar a economia e reduzir os preços. A postura do governo e do BCRA atraiu a atenção do mercado financeiro, que vê a ação como uma forma de controlar a inflação antes de remover os controles cambiais. No entanto, o governo ainda não busca taxas reais positivas acima da inflação.
A recuperação econômica é uma prioridade, e políticas fiscais rígidas sob a gestão de Milei têm incentivado investidores, fortalecendo ativos financeiros. No entanto, a recessão, aliada ao crescimento da pobreza, destaca desafios à frente.