O médico Dráuzio Varella relatou um caso de uso indevido de sua imagem em um vídeo no Facebook, promovendo um tratamento falso para hemorroida com ozônio. Este registro foi adicionado a uma série de denúncias que o médico e sua equipe têm compilado contra a Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, por disseminar informações falsas.
Dráuzio Varella mencionou que esses vídeos falsos são frequentemente enviados a ele. “Recebo muitos vídeos onde minha imagem é utilizada sem autorização para promover tratamentos que não recomendo”, disse o médico ao jornal O GLOBO. Ele e sua equipe estão organizando uma ação legal e uma denúncia formal ao Ministério Público para lidar com essas práticas.
O médico expressou frustração com a resposta da Meta ao problema. “Eles ganham dinheiro com isso e não se importam com as consequências”, afirmou. De acordo com Dráuzio, a Meta não apenas falha em responder suas preocupações de maneira adequada, mas também parece estar em parceria com os criadores desses conteúdos falsos.
Outro aspecto preocupante, segundo o médico, é o risco à saúde pública. “Esses produtos fraudulentos são promovidos como se fossem curas milagrosas para diversas condições médicas”, destacou Dráuzio. Ele enfatizou a gravidade dos vídeos que enganam o público, resultando na compra de produtos ineficazes e potencialmente perigosos.
O proctologista Fábio Campos, consultado pela mesma reportagem, corroborou a falsidade das alegações no vídeo. “Não há estudos que suportem o uso de ozônio em tratamentos para hemorroida ou outras condições mencionadas”, explicou Campos. Ele reforçou que a promoção desses tratamentos é baseada em desinformação e tem uma finalidade claramente comercial.
Por sua vez, a Meta respondeu às acusações afirmando que está melhorando sua tecnologia para identificar e combater conteúdos suspeitos em suas plataformas. “Encorajamos os usuários a denunciar qualquer conteúdo que viole nossos padrões”, disse um porta-voz da empresa.
O caso mais recente incluído na denúncia envolve um vídeo que circulou em dezembro do último ano, onde a voz de Dráuzio Varella foi replicada por inteligência artificial para promover a pomada de ozônio. “Esse tipo de prática não apenas engana os usuários, mas também compromete a integridade e a confiança no ambiente digital”, concluiu o médico.
A situação ganha ainda mais complexidade com o silêncio da página Ozonivita, responsável pela publicação do vídeo questionado, que não respondeu aos pedidos de comentário. A Anvisa também foi consultada e informou que o produto anunciado não possui registro válido, o que impossibilita a verificação de sua segurança e eficácia.