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Óleo de cozinha usado do Brasil conquista mercado nos EUA

Novo certificado permite ao Brasil exportar óleo de cozinha usado para biocombustíveis nos EUA.
Óleo de cozinha usado do Brasil conquista mercado nos EUA
(Foto: Reprodução/Freepik).

O governo dos Estados Unidos autorizou a exportação de óleo de cozinha usado, ou UCO (Used Cooking Oil), do Brasil nesta quinta-feira (20) com a aprovação do Certificado Sanitário Internacional Vegeral (CSIV). Os Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e das Relações Exteriores (MRE) anunciaram a decisão por meio de uma nota conjunta.

As indústrias alimentícias coletam resíduos de óleos e gorduras vegetais usados, principalmente de cozinhas e processos de fritura, transformando-os em matéria-prima essencial para a produção de uma variedade de biocombustíveis, incluindo biodiesel e combustíveis sustentáveis para aviação.

A necessidade de certificação pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), vinculado ao Mapa, reflete a rigorosidade do processo que garante a rastreabilidade, identidade e origem do UCO. Este processo envolve auditorias rigorosas dos procedimentos de autocontrole realizados pelos estabelecimentos que armazenam e exportam o produto.

 

Oportunidade com UCO

Este novo mercado representa uma oportunidade para o Brasil, impulsionada principalmente pela crescente demanda por biocombustíveis nos Estados Unidos. Em 2023, os Estados Unidos importaram aproximadamente 1,4 milhão de toneladas métricas de UCO, o que corresponde a uma capacidade de produção de 2,27 bilhões de litros de biocombustíveis. Estima-se que estas importações representaram um valor total de cerca de US$ 1,66 bilhão. Os principais fornecedores foram países como China, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Chile.

Além da demanda americana, a Europa também demonstra um alto consumo de UCO. O continente europeu registra a queima de cerca de 130 mil barris por dia, oito vezes mais do que o volume coletado internamente. Essa disparidade enfatiza a crescente dependência das importações, especialmente da Ásia, para suprir as necessidades de produção de biocombustível.

O cenário de demanda elevada e oferta limitada levantou preocupações sobre a sustentabilidade e a ética na coleta e no uso de UCO. A organização Transport & Environment (T&E) alertou que, até 2030, as metas globais para a produção de combustível sustentável de aviação podem exigir o dobro da quantidade de UCO que atualmente é possível coletar nos EUA, Europa e China juntos. Isso inclui preocupações sobre a autenticidade das matérias-primas usadas e possíveis manipulações nos números relatados por algumas empresas.

Conforme a demanda cresce, o Brasil avança como um player relevante no mercado de biocombustíveis. Em 2024, o país já conseguiu abrir 68 novos mercados em 29 países, destacando-se na 146ª expansão comercial do agronegócio brasileiro desde o ano passado.

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