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China lança fundo de 220 bilhões de yuans contra crise financeira

China estabelece fundo de 220 bilhões de yuans para proteger setor financeiro.
China lança fundo de 220 bilhões de yuans contra crise financeira
(Foto: Ayala/Unsplash).

O governo da China anunciou a criação de um fundo destinado ao resgate de instituições financeiras. A medida busca prevenir uma possível crise financeira desencadeada pela recente turbulência no mercado imobiliário da China. Com a aprovação prevista para o final deste ano, o fundo visa arrecadar contribuições de empresas do setor financeiro.

O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo se reunirá na próxima terça-feira para discutir o projeto de lei que estabelece o novo fundo. Esse fundo coletará recursos principalmente de bancos e serviços de pagamento. Uma fonte do governo revelou que a meta é acumular centenas de bilhões de yuans, com possibilidade de expansão através de empréstimos de baixo interesse providos pelo Banco Popular da China em situações de emergência.

Comparação com outros fundos

Além de um já existente fundo de seguro de depósitos, que tinha um saldo de 81 bilhões de yuans no fim do último ano, a China conta com fundos específicos para os setores de seguros e trustes. No entanto, ao contrário desses fundos que visam proteger os consumidores, o novo fundo focará no suporte às instituições financeiras para manter a estabilidade do mercado.

Impacto da retração do mercado imobiliário

Historicamente, governos locais usaram fundos arrecadados através de emissão de títulos para projetos de infraestrutura e outros fins, incluindo o suporte a bancos de menor porte. Em 2023, aproximadamente 220 bilhões de yuans foram destinados a mitigar riscos financeiros dessa maneira, conforme reportado pela mídia chinesa.

A situação fiscal dos governos locais, no entanto, se deteriorou com a retração do mercado imobiliário. A criação do novo fundo pelo governo central pode aliviar os governos locais, redistribuindo o fardo financeiro para as instituições financeiras.

Prevenção de crises financeiras na China

A preocupação com o setor imobiliário é evidente. Recentemente, grandes incorporadoras como a China Evergrande Group e a Country Garden Holdings falharam em honrar suas obrigações de dívida, aumentando os temores de um impacto mais amplo sobre o crédito. Em resposta, o Partido Comunista Chinês convocou a Conferência Central de Trabalho Financeiro. A conferência anunciou novas medidas de supervisão para garantir a estabilidade financeira, incluindo a inspeção da solidez dos bancos através de regulamentação macroprudencial.

 

O impacto no mercado imobiliário já é palpável. A taxa potencial de inadimplência dos bancos caiu para 7,3% no fim de 2023, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa do Japão. A pesquisa, conduzida por Shinichi Seki, aponta que este número é muito maior do que os 1,6% reportados nas estatísticas governamentais. Isso sugere que a realidade pode ser mais grave do que as avaliações oficiais indicam. De fato, a inadimplência em empréstimos ao setor imobiliário alcançou 19,4%, destacando a severidade da situação.

Dessa forma, os bancos têm lutado para limpar seus balanços de empréstimos inadimplentes, eliminando um total de 3 trilhões de yuans em dívidas não pagas em 2023, o quarto ano consecutivo em que ultrapassam essa marca.

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