Na madrugada de sexta-feira (28), o Congresso da Argentina aprovou o projeto de reforma econômica apresentado por Javier Milei. Essa aprovação, ocorrida seis meses após a posse, representa uma das primeiras grandes vitórias legislativas do governo.
As discussões principais sobre o projeto de reforma de Milei começaram na quinta-feira na Câmara dos Deputados. Após a aprovação inicial, o foco recaiu sobre os detalhes finais. O projeto propõe incentivos ao investimento, privatizações e reajustes fiscais, alinhando-se aos objetivos de Milei, eleito com a promessa de recuperar a economia instável da nação.
No entanto, após a votação, o governo usou as redes sociais para expressar sua satisfação e criticar a oposição pelo atraso no processo. As negociações foram intensas para assegurar apoio no Congresso, onde Milei possui minoria.
Segundo a Wise Capital, o texto final do projeto sofreu reduções elevadas em relação ao original. Ainda assim, o governo conseguiu aprovar uma estrutura capaz de implementar reformas necessárias para a reconstrução econômica.
Processo legislativo
Após a aprovação pelos deputados em abril e pelos senadores neste mês, a Câmara agora votará as mudanças do Senado. A expectativa é que sejam aceitas, apesar de uma lista reduzida de privatizações e ajustes no plano de incentivos.
A oposição, por sua vez, alertou que poderia buscar a justiça para bloquear a implementação de algumas medidas, alegando riscos de inconstitucionalidade.
As reformas econômicas na Argentina concedem a Milei poderes legislativos por um ano e estendem incentivos a grandes investimentos por 30 anos, além de flexibilizar leis trabalhistas e autorizar a privatização de várias estatais.
Gabriel Bornoroni, líder do bloco governista, salientou a importância política da aprovação. Economicamente, as medidas lembram políticas dos anos 90, favorecendo setores econômicos concentrados e impactando negativamente pequenas e médias empresas, conforme analisado por Pablo Tigani.
Situação atual
A Argentina enfrenta uma dura realidade econômica, com recessão, inflação anual de 280% em maio e mais da metade da população vivendo na pobreza. Carlos Germano destacou que Milei enfrenta o desafio de priorizar a gestão e a governabilidade em um cenário complicado.