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Por que a Grécia adotou semana de trabalho de seis dias?

Veja como a nova semana de trabalho de seis dias na Grécia está impactando a economia e os trabalhadores.
Primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, aprova semana de trabalho de seis dias. (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, aprova semana de trabalho de seis dias. (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Enquanto muitos países europeus buscam reduzir a jornada de trabalho, a Grécia tomou uma direção oposta ao implementar, na última terça (2) uma nova lei que permite uma semana laboral estendida. A legislação, que entrou em vigor no início de julho, foi aprovada pelo Parlamento grego e aplica-se principalmente a empresas privadas que operam 24 horas por dia, em setores selecionados. Medida entra em vigor a partir da próxima segunda (8).

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis defendeu a medida como necessária para enfrentar a diminuição da população e a escassez de trabalhadores qualificados. Desde o início da crise econômica em 2009, aproximadamente 500 mil gregos, majoritariamente jovens, emigraram em busca de melhores oportunidades. Mitsotakis destacou que a nova legislação é “favorável ao trabalhador” e essencial para o crescimento econômico do país.

Detalhes da semana de trabalho de seis dias

A nova legislação permite que funcionários de indústrias selecionadas e instalações de manufatura trabalhem duas horas adicionais por dia ou um turno extra de oito horas, recebendo um adicional de 40% sobre o salário diário. Esta política se aplica a empresas que operam continuamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, ou que funcionam 24 horas por dia, cinco ou seis dias por semana, com turnos rotativos.

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Reação e críticas

Apesar das justificativas governamentais, a medida foi recebida com forte oposição por sindicatos e críticos, que argumentam que a reforma mina as proteções legais dos trabalhadores e retrocede nos direitos adquiridos. A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, aponta que os gregos já trabalham as horas mais longas da Europa, com uma média de 41 horas por semana, embora recebam salários relativamente baixos.

A nova política grega contrasta fortemente com as tendências observadas em outras partes da Europa e do mundo. Países como Islândia, Bélgica e Portugal estão adotando ou experimentando semanas de trabalho mais curtas, acreditando que isso aumenta a produtividade e o bem-estar dos funcionários. Por exemplo, a Bélgica recentemente implementou uma semana de trabalho de quatro dias, sem perda salarial.

Impacto na economia e no mercado de trabalho

O governo grego acredita que a medida ajudará a combater o trabalho não declarado e a evasão fiscal, além de responder à demanda crescente por mão de obra em setores específicos. No entanto, críticos alertam que o aumento da jornada pode reduzir a produtividade ao invés de aumentá-la. Além disso, eles apontam que melhores condições de trabalho, incluindo semanas mais curtas, são mais eficazes para aumentar a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores.

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