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Como a Ferrovia Transoceânica pode redefinir o comércio entre Brasil e China?

Investimentos estratégicos visam a fortalecer as relações comerciais sino-sul-americanas

Imagem meramente ilustrativa. (Foto: Divulgação/CMG)
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Empresas chinesas, como COSCO Shipping e COFCO, estão adotando um modelo de integração vertical. Elas participam desde a compra de grãos até a infraestrutura de escoamento. Este modelo se assemelha ao das grandes tradings americanas e europeias que operam no Brasil há décadas, como Cargill, Bunge e Louis Dreyfus. A presença dessas empresas garante o suprimento de alimentos para a China e fortalece sua cadeia produtiva global. A construção de infraestrutura logística, como o porto no Peru, consolida a posição da China nas Américas e cria novas oportunidades para o Brasil expandir suas exportações agrícolas.

A Ferrovia Transoceânica e seu impacto no comércio internacional

A Ferrovia Transoceânica é um projeto de infraestrutura ambicioso que visa ligar o litoral brasileiro ao peruano. Esta rota eficiente para o transporte de mercadorias entre continentes é estimada em US$ 100 bilhões. A ferrovia reduzirá custos e tempos de transporte e diminuirá a dependência de rotas marítimas tradicionais, como o Canal do Panamá. A nova rota ferroviária beneficiará Brasil e Peru, impulsionando o desenvolvimento econômico na região. A proposta é encurtar distâncias e facilitar a exportação de commodities sul-americanas, como soja, minério de ferro e cobre, altamente demandadas pela China.

Nesse sentido, a China tem uma estratégia clara: garantir segurança alimentar e abrir novos mercados. A construção de um porto no Peru, prevista para inaugurar em 2025, é parte dessa estratégia. Com um investimento de US$ 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões), o porto encurtará o tempo de transporte dos produtos brasileiros para o Oriente. Isso facilitará a exportação de commodities e fortalecerá a posição estratégica da China no comércio global.

Desafios e oportunidades do projeto

O projeto enfrenta desafios, incluindo a necessidade de atravessar áreas de difícil acesso, como a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes. Divergências entre Brasil e Peru sobre a rota ideal também podem atrasar a execução do projeto. Superar esses obstáculos requer tecnologias avançadas, planejamento detalhado e cooperação entre governos e empresas. A China está disposta a enfrentar esses desafios, apostando em inovação e sustentabilidade para garantir o sucesso da iniciativa.

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Expansão do comércio sino-brasileiro

A China é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, especialmente no setor agrícola. O Brasil é o principal exportador de soja e carne bovina para a China. Em 2023, as exportações brasileiras do agronegócio atingiram um patamar histórico de US$ 167 bilhões, um aumento de 5% em relação a 2022. Além das commodities agrícolas, a China fornece insumos agrícolas para o Brasil. No entanto, as importações do agronegócio brasileiro caíram 16% no último ano devido a um recuo na importação de insumos agrícolas.

A presença crescente da China na América do Sul reflete uma estratégia de longo prazo. O país asiático segue modelos estabelecidos por Estados Unidos e países europeus. A aquisição de empresas e investimentos em infraestrutura garantem segurança alimentar e fortalecem sua influência global. A construção de um porto no Peru é um exemplo dessa estratégia. Com um investimento de US$ 3,6 bilhões, o porto facilitará a exportação de produtos agrícolas do Brasil, fortalecendo a posição estratégica da China no comércio global.