O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a previsão de crescimento econômico do Brasil, ajustando a estimativa de 2% para 2,5% ao ano. Esta atualização foi divulgada no relatório anual da instituição sobre o país, publicado na última quinta-feira (11).
Antes do relatório do FMI: visita e avaliação da economia brasileira
Em maio, técnicos do órgão visitaram o Brasil, entre os dias 15 e 27, para realizar uma avaliação detalhada da economia local. A partir dessa visita, foi possível observar que a atividade econômica brasileira tem superado expectativas, crescendo de maneira constante. Em um comunicado preliminar, o FMI já havia indicado uma possível revisão positiva na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
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Resiliência econômica e políticas monetárias
O relatório também destaca a resiliência da economia brasileira, que tem demonstrado notável capacidade de recuperação. A inflação, por exemplo, tem mostrado sinais de moderação. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um avanço mensal de 0,21%, atingindo 4,23% em 12 meses, conforme dados do Banco Central. A meta de inflação estabelecida pelo Banco Central é de 3% para o primeiro semestre de 2026.
Medidas positivas e reformas
O relatório destaca diversas iniciativas que contribuíram para essa perspectiva otimista. Entre elas, a reforma tributária sobre o consumo e o plano de transformação ecológica são apontados como fatores-chave. Além disso, a agenda de crescimento sustentável e inclusivo, juntamente com a tramitação de reformas que melhoram o ambiente de negócios, foram citadas como impulsionadoras do crescimento econômico.
Outras medidas mencionadas incluem a redução do desmatamento, a criação da Taxonomia Sustentável Brasileira (que padroniza práticas econômicas sustentáveis), a nova estrutura para o mercado de carbono e a emissão do primeiro título verde no mercado internacional.
Projeção de crescimento e desafios
Apesar das previsões positivas, o relatório do FMI moderou ligeiramente suas expectativas de crescimento para 2024, de 2,2% para 2,1%. Essa revisão reflete a política monetária restritiva vigente, o menor déficit fiscal e os impactos das inundações no Rio Grande do Sul. As inundações, ocorridas em maio de 2024, causaram devastação na região, afetando a produção agrícola e as cadeias de suprimento.
Para o médio prazo, no entanto, o FMI prevê um fortalecimento da economia brasileira, com a expectativa de crescimento chegando a 2,5%. Este otimismo é sustentado pelos ganhos de eficiência decorrentes da reforma do IVA e pelo aumento da produção de hidrocarbonetos.
Desafios pendentes
Embora o relatório do FMI seja amplamente positivo, existe o alerta de desafios pendentes. A elevada dívida pública e a lenta convergência para níveis de vida mais elevados são pontos de atenção. Além disso, os riscos externos, como possíveis desajustes na política monetária das principais economias, a volatilidade dos preços das matérias-primas e a instabilidade financeira mundial, também são fatores que podem impactar a economia brasileira.
Internamente, as interrupções nas cadeias de suprimento, causadas pelas inundações no Rio Grande do Sul, e um consumo familiar mais forte do que o previsto são áreas de preocupação. A aplicação rápida das reformas de produtividade e as oportunidades de crescimento ecológico também foram mencionadas como fatores a serem monitorados.
O que é o FMI?
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional composta por 190 países, cujo objetivo é promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e crescimento econômico sustentável, além de reduzir a pobreza ao redor do mundo. Fundado em 1944, o FMI fornece aconselhamento econômico, financiamento temporário a países com dificuldades financeiras e assistência técnica para ajudar a fortalecer suas economias.
