O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as estimativas de crescimento para o Brasil em 2025, destacando os esforços de reconstrução após as devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul. As novas projeções, divulgadas nesta terça-feira (16). O FMI aponta para uma expansão de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no próximo ano. Sendo assim, é um aumento de 0,3 ponto percentual em comparação com a previsão de abril.
De acordo com o relatório atualizado de Perspectiva Econômica Global, o FMI atribuiu a revisão à recuperação pós-enchentes e a fatores estruturais positivos, como o aumento da produção de hidrocarbonetos. “O crescimento foi revisado para cima em 2025 para o Brasil para refletir a reconstrução após as enchentes e fatores estruturais positivos”, destacou o relatório.
No entanto, para 2024, o FMI reduziu a projeção de crescimento do Brasil para 2,1%, 0,1 ponto percentual abaixo da estimativa de abril. A revisão se deve às enchentes no Rio Grande do Sul, à política monetária restritiva, às questões fiscais e à normalização da produção agrícola.
Após uma visita ao Brasil, a equipe do FMI projetou um fortalecimento do crescimento para 2,5% no médio prazo. Esta previsão, 0,5 ponto percentual acima da estimativa anterior, reflete os ganhos de eficiência esperados com a reforma tributária e o aumento da produção de hidrocarbonetos.
Rio Grande do Sul
O PIB do Brasil teve um desempenho positivo no início de 2024, crescendo 0,8% no primeiro trimestre em relação ao período anterior. Contudo, o segundo trimestre foi afetado pelas intensas chuvas no Rio Grande do Sul, ocorridas no final de abril e em maio. As inundações impactaram safras agrícolas, indústrias e a logística no estado. Apesar desses desafios, analistas indicam que os impactos negativos foram menores do que o inicialmente esperado, devido ao desempenho positivo de vários setores da economia.
América Latina e Caribe
A revisão para baixo das projeções de crescimento do Brasil também impactou as estimativas para a América Latina e o Caribe. O FMI reduziu a previsão de crescimento regional para 2024 de 2,0% para 1,9%. Para 2025, ajustou a estimativa de 2,5% para 2,7%. Esse ajuste reflete um desempenho modesto na demanda no México, cuja projeção de crescimento caiu 0,2 ponto percentual, para 2,2% em 2024.
A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, grupo que inclui o Brasil, teve um leve ajuste positivo de 0,1 ponto percentual tanto para 2024 quanto para 2025. A previsão agora alcança 4,3% em ambos os anos.
Crescimento Mundial
O FMI prevê um crescimento modesto para a economia global nos próximos dois anos, em meio à desaceleração da atividade nos Estados Unidos, à recuperação na Europa e ao fortalecimento do consumo e das exportações na China. No entanto, a trajetória de crescimento global enfrenta vários riscos. O FMI alerta que a luta contra a inflação está perdendo força, o que pode atrasar o afrouxamento das taxas de juros e manter a pressão sobre as economias em desenvolvimento.
O FMI manteve a previsão de crescimento global para 2024 em 3,2%, enquanto aumentou a projeção para 2025 em 0,1 ponto percentual, alcançando 3,3%. Nos Estados Unidos, o FMI reduziu a previsão de crescimento para 2024 em 0,1 ponto percentual, para 2,6%, devido a um consumo mais fraco do que o esperado. A previsão de crescimento para 2025 permanece em 1,9%. Sendo assim, reflete uma desaceleração causada pelo esfriamento do mercado de trabalho e a moderação dos gastos em resposta à política monetária restritiva
Em contraste, a China viu sua previsão de crescimento elevada para 2024, atingindo 5,0%, em linha com a meta do governo chinês, graças à recuperação do consumo privado e ao fortalecimento das exportações. Para 2025, a projeção de crescimento da China também aumentou, de 4,1% para 4,5%.