No último pregão de julho, o Ibovespa enfrentou dificuldades para manter a alta, encerrando a sessão desta segunda-feira (29) com uma queda de 0,42%, alcançando 126.953,86 pontos. A desvalorização das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) afetou principalmente o principal índice da bolsa brasileira.
As ações da Petrobras caíram após a estatal fazer uma oferta não vinculante para adquirir uma operação e uma participação no bloco de exploração de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia. Analistas avaliam que essa operação pode reduzir o pagamento de dividendos no curto prazo. Então, pode afetar a percepção do mercado sobre a empresa. Os analistas ainda destacam que essa compra, juntamente com a recompra de refinarias anteriormente vendidas, pode reduzir a “margem de segurança” nas projeções de dividendos da Petrobras, contribuindo para a queda das ações.
Além disso, o mercado aguarda ansiosamente o relatório de produção da Petrobras para o segundo trimestre. A divulgação está prevista para hoje e pode trazer mais volatilidade para as ações.
Movimentos do Ibovespa
Entre as maiores quedas do dia, Usiminas (USIM5) continuou a recuar, estendendo as perdas da sessão anterior. Na última sexta-feira (26), as ações da companhia despencaram cerca de 23% após a divulgação de um prejuízo líquido de R$ 100 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 36 milhões registrado no trimestre anterior.
Hoje, o Bank of America rebaixou a recomendação de neutra para underperform (equivalente a venda). Além disso, a decisão judicial exige que a CSN (CSNA3) reduza sua participação na Usiminas de 12,9% para menos de 5% do capital social, intensificando a queda.
Por outro lado, Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, mesmo com a desvalorização do dólar. Outro destaque positivo foi SBF (SBFG3), controladora da Centauro e Fisia (operadora da Nike). As ações da empresa subiram mais de 10% durante o pregão, impulsionadas pelo balanço do segundo trimestre.
Expectativas econômicas e decisão do Copom
Os investidores também estão de olho na deterioração das expectativas para a inflação, reveladas pelo boletim Focus. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar na próxima quarta-feira (31) a manutenção dos juros em 10,50% ao ano. A curva de juros futuros já precifica novas elevações devido à piora do câmbio e das expectativas inflacionárias.
Dívida pública
Em segundo plano, o Tesouro Nacional divulgou que a dívida pública federal cresceu 2,25% em junho em relação a maio, atingindo R$ 7,068 trilhões. O aumento também está no radar dos investidores, que avaliam os impactos do endividamento público no cenário econômico mais amplo.
