Desde a implementação de incentivos fiscais em 2016, a Itália se tornou um destino atraente para super-ricos em busca de vantagens fiscais. No entanto, a partir de quarta-feira (7), o cenário mudou com a aprovação de uma nova medida que eleva o imposto sobre a renda estrangeira para novos residentes fiscais. O imposto fixo foi dobrado para 200 mil euros anuais.
O ministro das Finanças, Giancarlo Giorgetti, descreveu a nova taxa como um “imposto fixo para bilionários”. A taxa mais alta se aplicará apenas a aqueles que assumirem residência fiscal na Itália a partir de agora, não afetando os residentes existentes. A medida foi recebida como um golpe significativo pelos expatriados que buscam uma alternativa fiscal em um continente com altos impostos.
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Contexto da mudança e reação das autoridades
Giorgia Meloni, a primeira-ministra da Itália, defendeu a decisão em suas redes sociais, ressaltando a necessidade de ajustes fiscais em meio a um déficit orçamentário de 7,4% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. O déficit ultrapassa em mais de 100% o limite estabelecido pela União Europeia, forçando o governo a buscar maneiras de aumentar a arrecadação.
O antigo esquema fiscal, implementado após o Brexit, permitia que novos residentes estrangeiros pagassem um imposto fixo sobre qualquer renda por 15 anos. Este regime atraiu muitos milionários para a Itália, proporcionando uma vantagem fiscal significativa e contribuindo para a popularidade do país entre os super-ricos.
Impacto no mercado imobiliário e na economia local
Em Milão, a entrada de super-ricos foi associada ao aumento de 43% nos preços do mercado imobiliário e nos custos de vida nos últimos cinco anos. A medida recente visa também mitigar a pressão sobre o mercado imobiliário local e aliviar as tensões geradas pela alta demanda de imóveis de luxo. Com a nova taxa, a Itália pode enfrentar desafios em manter sua atratividade para novos residentes fiscais, enquanto busca equilibrar suas finanças e atender às necessidades econômicas do país.