A reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional tem gerado debates intensos. O deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR), idealizador do Simples e defensor da reforma, reconhece que a primeira etapa, conduzida pela Câmara dos Deputados, apresentou excessos. No entanto, Hauly continua entusiasta do projeto, acreditando que ele simplificará a cobrança de impostos. “Somente isso já vai tornar o novo modelo mais barato”, argumenta Hauly, que ressalta a necessidade de ajustes futuros.
Hauly aponta que, atualmente, a confusão tributária no Brasil resulta em uma carga fiscal média de mais de 28%. “Somente o ICMS tem alíquota modal de 26,58%. Se somarmos ISS, IPI, PIS e Cofins, temos a maior alíquota de consumo do planeta”, afirma. Essa sobrecarga é um dos principais motivos que levam Hauly a apoiar a reforma, que, em sua visão, trará maior economia e menos inadimplência.
Simplificação Tributária e Oportunidades
Como criador do Simples, Hauly reconhece que alguns setores têm preocupações válidas com as mudanças propostas. Ele destaca que a reforma introduz uma nova filosofia na cobrança de impostos, que passarão a incidir sobre o consumo, produto a produto, e não mais sobre as empresas. Segundo o deputado, essa mudança pode beneficiar alguns setores, mas será necessário analisar cuidadosamente as tabelas para cada segmento, como serviços, comércio e indústria.
A Escolha Entre Simples e IVA
Hauly também sugere que a adesão ao Simples ou aos novos Impostos de Valor Agregado (IVAs) seja opcional, permitindo que cada setor escolha a melhor opção. “Indústria e comércio podem se beneficiar mais do IVA, enquanto o setor de serviços talvez não”, pondera o deputado. Ele propõe a criação de uma ferramenta de simulação para ajudar os contribuintes a tomarem essa decisão com base em cálculos precisos.
Ajustes Necessários no Senado
Hauly, em entrevista ao Correio da Manhã, alerta que o Senado deverá ajustar o texto da reforma tributária em tramitação. Ele destaca a importância de revisar as alíquotas. Ele defende que, se a carga tributária sobre o consumo ultrapassar a média de 26,5%, o governo terá que rever outras alíquotas para manter o equilíbrio fiscal. “Se você reduzir a tributação de alguns itens, terá que aumentar em outros”, explica Hauly, citando o exemplo da inclusão da carne na cesta básica, que aumentou o imposto sobre outros produtos.
Em resumo, embora a reforma tributária enfrente críticas e desafios, Luiz Carlos Hauly acredita que, com os ajustes corretos, ela poderá simplificar o sistema e trazer benefícios para a economia brasileira.
