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SpaceX fará a primeira caminhada espacial comercial da história

Missão Polaris Dawn promete novos recordes na exploração espacial

Primeira-caminhada-espacial-comercial-pixabay
Primeira caminhada espacial comercial /(Foto: Pixabay/Pexels).
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Primeira caminhada espacial comercial /(Foto: Pixabay/Pexels).

A SpaceX, liderada pelo bilionário Elon Musk, está prestes a alcançar mais um marco significativo na exploração espacial. A empresa planeja realizar a primeira caminhada espacial comercial da história, durante a missão Polaris Dawn. Com isso, a SpaceX pretende estabelecer novos recordes, tanto em termos de altitude quanto em pioneirismo no turismo espacial. 

A missão Polaris Dawn será realizada com a nave Crew Dragon, uma escolha interessante, considerando que a SpaceX possui a Starship, a maior nave espacial do mundo. No entanto, a Crew Dragon tem sido uma peça central em várias missões bem-sucedidas da empresa, e desta vez, ela será o veículo que levará quatro passageiros em uma jornada de cinco dias ao espaço. 

Preparativos da missão 

O lançamento está agendado para ocorrer no Kennedy Space Center, na Flórida, às 4h38 (horário de Brasília) desta terça-feira (27). Caso as condições climáticas ou técnicas não sejam favoráveis, o lançamento poderá ser adiado para o final da manhã ou até para o dia seguinte. Um dos objetivos mais ambiciosos desta missão é atingir uma altitude de 1.400 km, a maior distância da Terra desde as missões Apollo, encerradas em 1972. Para efeito de comparação, a Estação Espacial Internacional (ISS) orbita a 420 km de altitude. 

Durante o terceiro dia da missão, dois dos passageiros terão a oportunidade de deixar a nave e realizar a primeira caminhada espacial comercial da história, flutuando a 700 km da Terra. Este é um dos principais destaques da missão Polaris Dawn, que é organizada pelo bilionário Jared Isaacman, um dos passageiros deste voo. 

A tripulação e o comando de Isaacman 

Jared Isaacman, fundador e CEO da empresa de pagamentos Shift4, é o comandante da missão. Ele não é estranho ao turismo espacial, tendo financiado e participado da missão Inspiration4, em 2021, a primeira a enviar uma tripulação totalmente civil ao espaço. Isaacman, que possui uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões), financiou o programa Polaris e, apesar de não divulgar o valor exato investido, estima-se que ele tenha desembolsado cerca de US$ 100 milhões (R$ 550 milhões) para viabilizar a missão. 

A tripulação da Polaris Dawn inclui Scott Poteet, um tenente-coronel aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos, que atuará como piloto. Sarah Gillis, engenheira de operações espaciais da SpaceX e responsável pelo treinamento de astronautas da empresa. E Anna Menon, também engenheira de operações espaciais da SpaceX e responsável por gerenciar missões. 

Como será a primeira caminhada espacial 

Realizar uma caminhada espacial exige preparação meticulosa. Nas 45 horas anteriores à atividade, os tripulantes passarão por um processo de “pré-respiração“, eliminando o nitrogênio da cabine para evitar problemas de saúde. O nitrogênio pode causar bolhas na corrente sanguínea, bloqueando o fluxo de sangue, um risco que é cuidadosamente mitigado. 

A Crew Dragon será despressurizada antes da caminhada espacial e exposta ao vácuo do espaço. Os trajes espaciais, conhecidos como trajes para atividade extraveicular (EVA), foram desenvolvidos pela SpaceX especificamente para esta missão. Esses trajes são equipados com visores, câmeras de última geração e materiais de foguetes, garantindo mobilidade e segurança aos tripulantes. 

Preparação e treinamento 

Os tripulantes da Polaris Dawn passaram por um treinamento intensivo durante os últimos dois anos, incluindo paraquedismo, pilotagem de aeronaves e voos em gravidade zero. Esse treinamento é essencial para garantir que estejam preparados para enfrentar os desafios únicos que o espaço apresenta, especialmente durante a primeira caminhada espacial. 

Objetivos científicos da missão 

Além do turismo espacial, a missão Polaris Dawn também contribuirá para a ciência, com 36 experimentos planejados. Um dos estudos mais interessantes envolve o uso de lentes de contato inteligentes para medir os efeitos da altitude sobre a pressão intraocular. Esse estudo visa entender melhor a síndrome neuro-ocular associada a viagens espaciais (SANS), que pode alterar permanentemente a visão dos astronautas devido ao deslocamento dos fluidos corporais para a cabeça.