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Setor de informação e comunicação enfrenta desafios e perde espaço no Brasil

Setor de informação e comunicação em queda de faturamento.
(Foto: Kindel Media/Pexels)

Nas últimas duas décadas, o setor de informação e comunicação, que já foi um dos pilares do setor de serviços no Brasil, tem enfrentado uma retração elevada. Em 2013, o segmento dominava a receita bruta de serviços em 14 unidades da federação, mas, em 2022, essa liderança desapareceu completamente, segundo dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na quarta-feira (28/08).

Mudança de comportamento impacta receita de telecomunicações

A queda no desempenho do setor de telecomunicações, uma das principais atividades dentro do segmento de informação e comunicação, é um dos fatores que mais contribuíram para essa perda de participação. “A migração dos consumidores para a internet e o uso massivo de aplicativos de mensagens em detrimento das chamadas telefônicas tradicionais foram determinantes para essa mudança,” explica Marcelo Miranda, analista da pesquisa.

Com essa transformação, o setor viu sua participação na receita operacional líquida do mercado de serviços cair de 31,2% em 2007 para apenas 19,4% em 2022, ficando atrás dos segmentos de transportes e serviços profissionais, administrativos e complementares, que agora lideram o setor.

Serviços profissionais na liderança

Enquanto o segmento de informação e comunicação perdia espaço, os serviços profissionais, administrativos e complementares expandiram sua participação, tornando-se predominantes em 22 unidades da federação em 2022, comparado a apenas 10 em 2013. Este crescimento é atribuído à maior demanda por serviços especializados, como consultorias e gestão de recursos humanos, áreas que têm visto um aumento constante nos últimos anos.

A receita bruta total gerada pelas empresas prestadoras de serviços não financeiros foi estimada em R$ 3,1 trilhões em 2022, sendo que 97,4% desse montante veio da atividade principal dessas empresas.

Tecnologia da informação: um raro ponto positivo

Apesar da queda geral no segmento, a área de tecnologia da informação, também pertencente ao setor de informação e comunicação, destacou-se positivamente. Nos últimos dez anos, essa atividade registrou o maior crescimento em participação, ganhando 3,4 pontos percentuais, impulsionada pela crescente digitalização e automação de processos nas empresas.

Por outro lado, o transporte rodoviário de cargas, que registrou um crescimento de 2,5 pontos percentuais no mesmo período, ultrapassou outras atividades para se tornar a de maior participação na receita operacional líquida, com 13,1% do total.

Emprego no setor de serviços tem recorde

Segundo os dados do IBGE, em 2022, o setor de serviços não financeiros empregava 14,2 milhões de pessoas no Brasil, o maior contingente já registrado pela PAS. Este aumento de 5,8% em relação ao ano anterior reflete, em parte, a recuperação econômica pós-pandemia e a expansão dos serviços profissionais e administrativos.

No entanto, o crescimento não foi homogêneo. Enquanto os serviços prestados principalmente às famílias, como alimentação e alojamento, ainda lutam para recuperar os níveis de emprego pré-pandemia, outras áreas, como os serviços técnico-profissionais, mostraram forte recuperação e expansão.

Desafios e oportunidades à frente

Olhando para o futuro, o setor de informação e comunicação enfrenta desafios consideráveis. A necessidade de se adaptar às rápidas mudanças tecnológicas e aos novos hábitos de consumo é imperativa. Ao mesmo tempo, segmentos emergentes, como a tecnologia da informação, oferecem oportunidades de crescimento e inovação, que poderão redefinir o papel do setor no mercado de serviços brasileiro.

Análise

“A retração no setor de telecomunicações é um claro reflexo das mudanças no comportamento dos consumidores, que estão cada vez mais focados em soluções digitais. Ao mesmo tempo, o crescimento da tecnologia da informação mostra como a inovação pode abrir novas oportunidades. As empresas precisam se adaptar rapidamente para permanecerem competitivas”, destacou Jackson Pereira Jr., articulista de negócios do Economic News Brasil.

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