A Embraer deve receber US$ 150 milhões da norte-americana Boeing por ter desistido da fusão com a empresa brasileira. Segundo fato relevante publicado pela Embraer nesta-segunda-feira, 16 de setembro, para os acionistas e o mercado, a decisão veio após a conclusão dos procedimentos de arbitragem pendentes entre as duas empresas.
“Conforme o ‘collar agreement’ celebrado recentemente entre as partes, a Boeing irá pagar o valor bruto de USD 150 milhões para Embraer”, diz o comunicado. A Corte Arbitral de Nova York acabou com a disputa que teve início em 2020. Em reais, o valor ultrapassa os R$ 800 milhões.
Por que a Embraer vai receber US$ 150 mi da Boeing?
A Embraer e a Boeing anunciaram a fusão em 2018. O negócio consistia na aquisição da linha de aviação comercial da empresa brasileira pela gigante norte-americana. O valor da transação era de US$ 4,2 bilhões, conforme noticiado à época.
No entanto, em 2020, a Boeing desistiu do acordo em meio a dificuldades com o seu principal produto, o Boeing 737 Max. Duas aeronaves deste modelo caíram, deixando centenas de mortos e gerando uma crise de confiança. Além disso, veio a pandemia de Covid-19, que paralisou o mercado da aviação.
A Embraer, porém, protestou contra a desistência alegando prejuízo de R$ 980 milhões gastos em adequações para a fusão, por isso o processo na Corte arbitral de Nova York.
Este não é o único processo entre as empresas
A relação entre as empresas não melhorou desde então. Apesar de ter desistido da fusão, a Boeing atacou a Embraer em outra frente, contratando mão de obra altamente especializada da empresa brasileira. Processo na Justiça alega abuso de poder econômico com a prática da norte-americana.
A Embraer é uma das maiores indústrias brasileiras, que compete em nível de igualdade com as gigantes do setor: além da americana Boeing, a europeia Airbus.
