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Intenção de Consumo das Famílias cai 0,3% em setembro, diz CNC

Intenção de Consumo das Famílias
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Intenção de Consumo das Famílias
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,3% em setembro, conforme divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa é divulgada mensalmente e avalia o comportamento das famílias brasileiras em relação ao consumo.

Segundo a CNC, a queda reflete uma piora na perspectiva profissional e no acesso ao crédito. O subindicador de perspectiva profissional recuperou 0,4%, enquanto a satisfação com o crédito caiu 1,3%. Os dois fatores impactaram diretamente a intenção de consumo das famílias no período.

Uma pesquisa também revelou que o impacto foi maior entre as famílias de maior renda e o público masculino. Nessas faixas, as expectativas em relação ao mercado de trabalho e ao consumo futuro pioraram. “Famílias com aprendizes maiores estão mais cautelosas em relação ao emprego e ao consumo futuro”, afirmou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares .

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(Imagem: divulgação/Gecom Sedepe)

Otimismo no emprego atual, mas cautela permanece

Mesmo com uma melhora na percepção sobre o emprego atual , que subiu 0,4%, a cautela das famílias ainda persiste. A desaceleração na criação de empregos e as incertezas econômicas geraram uma redução de 0,4% na perspectiva profissional.

“O equilíbrio positivo do mercado de trabalho anima os consumidores no curto prazo, mas a cautela quanto ao futuro permanece”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros .

A CNC ressaltou que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho mostrou um aumento de 3,9% no volume de assalariados nos últimos 12 meses. No entanto, essa melhoria não foi suficiente para evitar a queda na intenção de consumo.

Mercado de crédito sob pressão

A pesquisa também mostrou que o crédito é mais restrito devido à pressão inflacionária e às incertezas fiscais. Isso levou a uma retração de 1,3% no subindicador de acesso ao crédito. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o número de famílias inadimplentes aumentou em agosto, impactando qualidades de confiança na compra de bens consolidados, que caiu 1%.

O crédito ficou menos acessível, especialmente para famílias de renda mais alta, que mostrou maior retração na intenção de consumo”, encorajou Felipe Tavares. Entre as famílias com renda superior a dez atualizações-mínimos, a intenção de consumo caiu 0,8%. Para as famílias de menor renda, a queda foi de 0,2%.

Impacto por gênero: mulheres mostram maior otimismo

A pesquisa também destacou a diferença entre gêneros. As mulheres registraram um aumento de 1,6% na intenção de consumo , enquanto entre os homens houve uma redução de 0,3%. A satisfação com o emprego atual cresceu 3,3% para as mulheres e apenas 0,3% para os homens. O otimismo mostra um mercado de trabalho mais favorável para elas.

“As mulheres enfrentam um cenário um pouco mais positivo, enquanto os homens lidam com seletividade no crédito e maior incerteza no mercado de trabalho”, comentou Felipe Tavares.

Expectativa de crédito: mulheres mais confiantes

A confiança das mulheres também se reflete no acesso ao crédito. Em setembro, elas tiveram um aumento de 1,7% na satisfação com o crédito , enquanto entre os homens houve uma queda de 0,2%. O aumento do número de homens com dificuldades em amortizar suas dívidas contribuiu para uma retração de 4,2% na intenção de consumo masculino.